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3.1 FONTES DE DADOS

3.1.1 FONTES PRIMÁRIAS DE DADOS

Os dados provenientes de fontes primárias fornecem evidências diretas de um evento. A coleta de dados pode ser feita de maneiras distintas: censo populacional ou pesquisa nacional ou local (em geral inquéritos, amostrais ou não). Criar um sistema de informação para servir aos objetivos específicos produzirá dados primários. Ou seja, se diz que os indicadores são baseados em dados primários se a fonte de dados foi criada para atingir um objetivo específico.

O objetivo da na maioria dos sistemas de notificação de casos de tuberculose nos países é apoiar a vigilância e o controle da doença. Os indicadores gerados a partir desse sistema de informação são exemplos de indicadores produzidos com dados primários. De modo análogo, uma pesquisa de crianças em idade escolar cujo objetivo é estimar a prevalência de comportamentos de risco em uma amostra da população será considerada uma fonte primária sempre que for usada para esta finalidade.

3.1.2 FONTES SECUNDÁRIAS DE DADOS

Os dados de fontes secundárias são aqueles que foram originalmente coletados para outros propósitos. Dados obtidos de fontes existentes são considerados secundários. Embora essas fontes não tenham sido criadas para esta finalidade, facilitam a elaboração dos indicadores necessários. Dados obtidos de censos, pesquisas e sistemas de informação são exemplos de dados de fontes secundárias.

3.1.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS FONTES E DADOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Na Figura 3 destacam-se as vantagens e desvantagens do uso de fontes e dados primários e secundários para elaboração e monitoramento de indicadores de saúde.

Figura 3. Vantagens e desvantagens do uso de fontes e dados primários ou secundários para elaboração e monitoramento de indicadores de saúde
FONTES E DADOS
CaracterísticasPrimáriosSecundários
Vantagens
  • Maior controle da qualidade e coleta mais adequada com a normalização dos procedimentos, melhor definição das variáveis e da população-alvo de interesse, entre outros fatores.
  • Menor dificuldade de estratificar os indicadores em subgrupos populacionais de interesse (contanto que tenham sido coletadas as variáveis para atender aos propósitos de estratificação).
  • Maior comparabilidade dos indicadores no tempo e espaço devido à possibilidade de estabelecer maior normalização das definições e procedimentos usados entre os grupos, bem como à ampliação do período de análise (mais adequado aos objetivos propostos).
  • Menor custo e maior senso de oportunidade na obtenção de dados e elaboração de indicadores.
Desvantagens
  • Maior custo e consumo de tempo para obter o dado, o que pode comprometer o senso de oportunidade do indicador (sobretudo no uso na gestão da saúde) e limitar o potencial de uso.
  • Maior esforço analítico para extração, definição e interpretação dos indicadores de interesse devido a:
    1. possibilidade de serem inadequados (quanto aos objetivos e indicadores de interesse) para definir o caso e a população-alvo
    2. dúvidas quanto à qualidade dos dados (falta de normalização dos procedimentos e capacitação dos encarregados por gerar os dados).
  • Maior dificuldade de estratificar os indicadores em subgrupos populacionais de interesse por potencial falta de variáveis relevantes que permitam essa estratificação.
  • Maior dificuldade de comparar os indicadores no tempo e espaço por possíveis mudanças nas definições e procedimentos usados.