Recursos humanos em saúde

Eliminando lacunas e garantindo o acesso à saúde para fazer diferença

A conquista da saúde universal e a garantia do direito à saúde dependem da acessibilidade, disponibilidade, aceitabilidade e qualidade da força de trabalho em saúde. Além disso, o funcionamento e a resiliência dos sistemas de saúde dependem da disponibilidade de pessoal de saúde. No entanto, os países da Região das Américas enfrentam graus variáveis de dificuldade no que se refere à formação, emprego, distribuição, retenção e desempenho dessa força de trabalho.

Apesar do progresso obtido no desenvolvimento econômico e social e do fortalecimento dos sistemas de saúde, continua existindo muita iniquidade e dificuldade de acesso aos serviços de saúde em nossa Região. Os trabalhadores de saúde são essenciais para assegurar o acesso e melhorar a saúde da população. Embora a preocupação com o desenvolvimento de recursos humanos em saúde adequados, disponíveis e qualificados tenha sido um elemento central da agenda em nível nacional, regional e mundial nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito para fechar as lacunas.

Principais fatos
  • Até 2030, projeta-se que haverá um déficit de 600 mil profissionais de saúde na América Latina e no Caribe (ALC), com base em uma meta de 44,5 profissionais de medicina, enfermagem e obstetrícia para cada 10 mil habitantes.
  • O déficit estimado para atingir uma taxa de cobertura efetiva de 80% na ALC até 2030 é de 2 milhões de profissionais de medicina, enfermagem e obstetrícia, odontologia e farmácia. Atualmente, 66,7% dos países da América Latina e do Caribe têm um déficit de profissionais de saúde para atingir essa meta.
  • A Região das Américas registrou um aumento na migração de profissionais de saúde, especialmente do Caribe anglófono, para os sistemas de saúde dos Estados Unidos, Canadá e Europa.
  • A combinação de salários atraentes e melhores condições de vida e de trabalho nos países receptores, juntamente com a falta de oportunidades de desenvolvimento profissional, condições de trabalho inadequadas e baixos salários nos países de origem, são os principais fatores que impulsionam a migração na Região das Américas.
  • O pessoal de enfermagem constitui 56% da força de trabalho em saúde na ALC, e as mulheres representam 89% desse grupo.
  • Além de suas responsabilidades profissionais, as trabalhadoras de saúde enfrentam responsabilidades domésticas cada vez maiores e, em muitos casos, são também as principais responsáveis pelo sustento da casa. Essa situação as expõe à violência de gênero e ao aparecimento de sintomas psicológicos e outros problemas de saúde, além de sofrerem diferenças persistentes nas condições de trabalho e disparidades salariais desfavoráveis.

Fonte: Política sobre a força de trabalho em saúde para 2030: fortalecendo os recursos humanos em saúde para alcançar sistemas de saúde resilientes.

Resposta da OPAS

Em 2023, o 60º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde aprovou a Política sobre a força de trabalho em saúde para 2030: fortalecendo os recursos humanos em saúde para alcançar sistemas de saúde resilientes.

O objetivo dessa política é orientar os Estados Membros no desenvolvimento e na implementação de estratégias para fortalecer a força de trabalho em saúde, recuperar-se dos desafios de saúde pública e avançar rumo à concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Além disso, são promovidas ações agrupadas em cinco linhas de ação estratégicas: fortalecer a governança, desenvolver e consolidar mecanismos regulatórios, fortalecer a formação de equipes multiprofissionais de saúde, fortalecer as capacidades do pessoal de saúde e promover condições dignas de trabalho.