Pesquisadoras em um laboratório
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Chegar a todas as pessoas, em todos os lugares

Iniciativas emblemáticas da OPAS

As iniciativas emblemáticas da OPAS são uma materialização de seu enfoque estratégico para os desafios de saúde mais urgentes da Região. Essas iniciativas refletem a forma como a estratégia da OPAS é implementada na prática e vão desde iniciativas puramente sanitárias a ações que abordam aspectos financeiros, industriais e de segurança da atenção à saúde na Região das Américas.

A Iniciativa de Eliminação de Doenças
Uma estratégia para eliminar e erradicar mais de 30 doenças

A OPAS lançou a Iniciativa de Eliminação de Doenças em 2019 com o objetivo de acelerar a eliminação de mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas na Região das Américas até 2030. O ano de 2024 marcou o ponto médio do período coberto pela iniciativa.

 

A OPAS oferece aos países e territórios assistência técnica, mobilização de recursos financeiros e orientação sobre políticas para atingir as metas de eliminação de doenças. A Iniciativa de Eliminação está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente com a meta 3.3 de acabar com as epidemias de doenças transmissíveis até 2030.

 

A Iniciativa de Eliminação consolida sucessos anteriores no controle e na eliminação de doenças. De fato, a Região das Américas foi a primeira região do mundo a eliminar a rubéola, a síndrome da rubéola congênita (ambas em 2015) e o sarampo (em 2016). A varíola foi eliminada em 1973 (e erradicada em 1980), e a poliomielite, em 1994.

A pandemia de COVID‑19 afetou negativamente a execução de intervenções de saúde e causou retrocessos no progresso. No entanto, em 2024, a Iniciativa de Eliminação recuperou o ímpeto para acelerar a eliminação de doenças, aproveitando os sucessos anteriores da Região.

Principais realizações de 2024

Transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis

Belize, Jamaica e São Vicente e Granadinas receberam a certificação de eliminação da transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis.

Ícone de rubéola

A cobertura vacinal da primeira dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola cresceu pela primeira vez desde 2019, chegando a 87%.

Ícone de vacina

A cobertura da terceira dose da vacina tríplice bacteriana (difteria, tétano e pertússis) atingiu 86%.

Ícone de colo do útero

Os esforços de eliminação do câncer do colo do útero foram ampliados graças à vacinação contra o papilomavírus humano e à melhoria do rastreamento.

Ícone de hospital

É necessário continuar investindo em infraestrutura de saúde, vigilância e tratamento para manter os ganhos de eliminação obtidos.

Ícone de ferramentas digitais

Estratégias inovadoras, como ferramentas de saúde digital e vigilância genômica, estão sendo adotadas para monitorar a transmissão de doenças.

Ícone de sarampo

A Região das Américas foi reverificada como livre de sarampo endêmico em novembro de 2024, graças aos esforços feitos pelos Estados Membros para aumentar a cobertura vacinal, fortalecer a vigilância e responder rapidamente aos casos importados.

Apesar dessas conquistas, a OPAS continua dando ênfase à importância de manter uma alta cobertura vacinal e uma vigilância epidemiológica robusta para evitar o restabelecimento da transmissão endêmica dos vírus do sarampo e da rubéola. A identificação recente de focos e casos de sarampo em alguns países também reforça a necessidade de vigilância contínua e resposta rápida. Tem particular relevância a necessidade de evitar a complacência nos esforços de vacinação contra doenças como a poliomielite, que foi eliminada da Região há 30 anos mas ainda prevalece em outras partes do mundo, o que significa que há risco de reintrodução através de viajantes internacionais.

Um componente importante da Iniciativa de Eliminação são suas populações-alvo. As doenças infecciosas negligenciadas e as zoonoses afetam populações em situações de vulnerabilidade, que não têm acesso suficiente a serviços de saúde integrados. Essas populações incluem crianças, habitantes de áreas rurais, comunidades indígenas, mulheres afrodescendentes, pessoas LGBTQ+, migrantes e pessoas privadas de liberdade.

Nessas circunstâncias, o objetivo da Iniciativa de Eliminação não é somente eliminar as doenças e manter as metas de eliminação ao longo do tempo, mas também melhorar a qualidade de vida das pessoas, assegurando seu acesso a serviços de saúde integrados. Isso inclui, entre outras medidas:

    • ampliação das campanhas de vacinação, diagnóstico precoce e melhor acesso a tratamentos;
    • fortalecimento dos sistemas de saúde e da cobertura universal de saúde;
    • aprimoramento dos serviços de atenção primária à saúde, de forma a detectar e tratar doenças precocemente;
    • promoção de políticas de saúde integradas e sustentáveis.

Entre as doenças incluídas na iniciativa, as mais relevantes são:

1. Doenças imunopreveníveis

• Meningite bacteriana
• Manutenção da eliminação do sarampo, rubéola, síndrome da rubéola congênita, poliomielite e tétano neonatal

2. Doenças infecciosas negligenciadas e zoonoses

• Doença de Chagas
• Hanseníase
• Tracoma
• Esquistossomose
• Parasitoses intestinais
• Filariose linfática
• Raiva humana transmitida por cães
• Hidatidose

3. Doenças transmitidas por vetores

• Malária
• Febre amarela

4. Doenças de transmissão materno-infantil

• Hepatite B
• Sífilis
• HIV
• Doença de Chagas

5. Infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais

• HIV/AIDS
• Sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis
• Hepatites virais

6. Outras condições e doenças prioritárias

• Câncer do colo do útero causado pelo papilomavírus humano
• Cólera
• Tuberculose

Uma história de sucessos na eliminação de doenças

Há mais de 122 anos, a OPAS e os países e territórios da Região das Américas vêm desempenhando um papel essencial na conquista de avanços históricos na eliminação de doenças.

Explore a linha do tempo

Transformação digital

A revolução digital está transformando a saúde pública na Região das Américas ao melhorar a vigilância sanitária, a prestação e a acessibilidade dos serviços de saúde, a eficiência e o cuidado centrado no paciente.

 

Entretanto, a transformação digital requer mudanças culturais maciças e grandes investimentos, bem como o aprimoramento do capital humano da Região. Para implementar essa transformação, é preciso considerar todas as oportunidades, especialmente aquelas associadas ao fechamento de lacunas (por exemplo, barreiras no acesso ao atendimento), mas sempre observando as possíveis desigualdades que podem surgir ou aumentar devido à exclusão digital, como entre regiões urbanas e rurais, faixas etárias e grupos socioeconômicos e étnicos.

Conforme a transformação digital se posiciona no mais alto nível das agendas técnicas e políticas, a OPAS está liderando os esforços para acelerar o processo, fechar as lacunas e promover a tomada de decisões baseadas em dados para melhorar os desfechos de saúde. Para isso, lançou uma série de iniciativas visando a promover a transformação digital do setor da saúde na Região.

Um elemento essencial dessa abordagem são as parcerias estratégicas. A transformação digital é um processo complexo que requer a mobilização maciça de recursos e conhecimento especializado, bem como uma abordagem de todo o governo e a harmonização da transformação digital entre todos os setores — uma questão que foi destacada e priorizada na reunião do G20 no Brasil em setembro de 2024. Embora a OPAS trabalhe com várias organizações e instituições nas esferas privada, governamental e multilateral, sua colaboração com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tem um papel especial em termos de estratégias e capacidades digitais em nível regional, sub-regional e nacional.

Nos termos do acordo, as duas organizações prestam assistência técnica, financeira e operacional para fornecer ferramentas de saúde digital a fim de melhorar o acesso e a cobertura de saúde e subsidiar decisões de saúde pública baseadas em evidências.

A colaboração entre a OPAS e o BID vai além da tecnologia, incluindo também trabalho conjunto para fortalecer a capacidade dos países de preparação e resposta a emergências de saúde e desastres. Isso acarreta atividades como a colaboração para apoiar os países na implementação de Avaliações Externas Conjuntas voluntárias de suas capacidades básicas segundo o Regulamento Sanitário Internacional, bem como na elaboração de propostas técnicas a serem apresentadas ao Fundo contra Pandemias.

A Rota Pan-Americana de Saúde Digital

Em outubro de 2024, a OPAS e o BID lançaram formalmente a Rota Pan-Americana de Saúde Digital. Essa iniciativa foi desenvolvida em parte com base na iniciativa preexistente de Sistemas de Informação para a Saúde. No entanto, a nova iniciativa abraça os desafios e oportunidades criados pelas novas tecnologias e incorpora as lições aprendidas com a pandemia de COVID‑19.

A Rota Pan-Americana de Saúde Digital se concentra nas questões técnicas decorrentes da adoção de tecnologias digitais, especialmente com relação a:

 

  • Interoperabilidade: para facilitar o fluxo harmonioso de dados de saúde entre diferentes países e facilitar o acesso da população às informações necessárias

  • Infraestrutura de saúde digital: para construir bases sólidas para sistemas de saúde digital (incluindo infraestrutura, governança e serviços) e capital humano

  • Preparação para pandemias: para aplicar as lições da COVID‑19, considerando que a tecnologia se tornou uma ferramenta essencial para combater a pandemia

Aproveitamento de recursos preexistentes

Profissional de saúde e saúde digital
© Shutterstock (pixelheadphoto digitalskillet)

Além dessas atividades, em 2024, a OPAS reforçou e ampliou uma série de ações lançadas em anos anteriores.

Uma das iniciativas mais relevantes é uma plataforma digital de código aberto que já está em funcionamento, a plataforma de telessaúde All-in-One da OPAS. A All-in-One visa integrar a telessaúde às redes de prestação de serviços de saúde e levar os serviços de telessaúde às populações mais remotas da Região, convertendo a telemedicina no “novo normal” para os trabalhadores da saúde e os pacientes, especialmente pessoas com doenças crônicas.

A OPAS também criou o Kit de Ferramentas de Transformação Digital, uma página da Web que oferece recursos administrativos, técnicos, de comunicação, de conhecimento e acadêmicos. Seus usuários vão desde profissionais de saúde e tomadores de decisão até o público em geral. O objetivo do kit é dar respostas práticas a questões cotidianas relativas ao uso da tecnologia da informação, especialmente no sentido de fortalecer os sistemas de informações em saúde e assegurar o acesso universal a dados de qualidade e ferramentas de saúde digital. Além disso, a OPAS está priorizando esforços para a rápida adoção da inteligência artificial na saúde pública e está ajudando ativamente os países a ficarem mais bem preparados para possíveis ciberataques no setor da saúde.

Melhor Atenção às DNTs

Mulher fazendo exercício físico
© FG Trade Latin/Getty Images
  • As doenças não transmissíveis (DNTs) são responsáveis por 38% das mortes prematuras e 65% de todas as mortes na Região das Américas; prevê-se que essa porcentagem chegue a ultrapassar 80% de todas as mortes no futuro.
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  • As doenças cardiovasculares, o câncer, o diabetes e as doenças respiratórias crônicas são as principais causas de morte por DNT na Região das Américas. Especialmente preocupante é o crescimento dramático na prevalência do diabetes na América Latina e no Caribe, impulsionado em grande parte por índices elevados de obesidade.
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  • A OPAS estima que cerca de 40% das mortes relacionadas a DNTs na Região poderiam ser evitadas por meio de prevenção primária, diagnóstico precoce e melhor acesso a atenção e tratamento contínuos. Muitos desses serviços podem ser prestados por meio da atenção primária à saúde.

 

O ano de 2024 foi o primeiro ano completo de implementação da iniciativa “Melhor Atenção às DNTs: acelerando ações na atenção primária à saúde”, que visa ampliar o acesso a serviços especializados em DNTs, integrando-os aos sistemas de atenção primária à saúde (APS) dos países e territórios da Região.

A importância das DNTs como fatores de risco para a saúde pública aumentou drasticamente, assim como seu impacto econômico devido à perda de mão de obra, à queda de produtividade e aos custos de saúde. Ao combater essas doenças, a OPAS tem intervindo na causa mais importante de morte e incapacidade na Região das Américas, que também tem um impacto enorme nas economias dos países e comunidades.

O enfrentamento das DNTs implica a promoção de políticas de saúde pública para reduzir os fatores de risco comuns — consumo de tabaco, uso nocivo do álcool, inatividade física e alimentação não saudável — e o fortalecimento dos sistemas de saúde para oferecer atenção de qualidade para as DNTs na APS, com sistemas de referência para níveis de atenção de maior complexidade, além de vigilância e monitoramento.

Estima-se que 240 milhões de pessoas vivam com DNTs, e uma proporção significativa destas permanece sem diagnóstico e sem tratamento. Para abordar essa lacuna no diagnóstico e tratamento das DNTs, a OPAS incentivou seus Estados Membros a adotarem a iniciativa Melhor Atenção às DNTs.

Assim como muitas outras iniciativas da OPAS, a Melhor Atenção às DNTs tem como base os serviços de APS, que são considerados a melhor maneira de alcançar o maior número possível de pessoas e comunidades para abordar problemas de saúde comuns que exigem tratamento contínuo, como as DNTs.

As áreas incluídas na iniciativa são:

  • Doenças cardiovasculares
  • Diabetes
  • Doenças respiratórias crônicas
  • Prevenção do câncer do colo do útero (imunização contra o HPV) e rastreamento
  • Promoção, aconselhamento e educação em saúde

Enfrentar as DNTs é uma tarefa complexa, que requer monitoramento permanente dos pacientes, cuidados preventivos, abordagens multidisciplinares, integração de serviços e mudanças no estilo de vida.

Isso implica:
  • Entender e atender às necessidades da população para melhorar o diagnóstico e o tratamento das DNTs, incluindo o autocuidado
  • Atividades extramuros nas comunidades
  • Diretrizes padronizadas
  • Maior acesso a medicamentos e tecnologias essenciais para as DNTs
  • Capacitação da força de trabalho e educação continuada
  • Uma abordagem de curso de vida

A iniciativa Melhor Atenção às DNTs mostra como a OPAS utiliza seus recursos de forma integrada e desenvolve novos projetos com base nos já existentes.

Fundos Rotativos Regionais


Em termos de integração e coordenação, a iniciativa conta com os Fundos Rotativos Regionais da OPAS para apoiar a ampliação a disponibilidade de medicamentos e tecnologias essenciais para o combate às DNTs.

Acesso a medicamentos, insumos diagnósticos e equipamentos de alta qualidade e a preços acessíveis para tratar:

Diabetes

Câncer

Doenças cardiovasculares

Doenças respiratórias crônicas

HEARTS


A iniciativa Melhor Atenção às DNTs baseia-se em programas preexistentes, como a iniciativa HEARTS nas Américas, criada para melhorar o controle da hipertensão arterial por meio do fortalecimento da atenção primária, aprimorando as práticas gerenciais e clínicas e melhorando o acesso e a qualidade da atenção às pessoas com hipertensão. As iniciativas Melhor Atenção às DNTs e HEARTS são complementares e se reforçam mutuamente.

  • Em 2024, o número de unidades de APS que implementaram a HEARTS ultrapassou 7100, fornecendo tratamento para 5,7 milhões de adultos com hipertensão, dos quais 63% estão com a doença controlada.
  • Até 2024, 33 países da Região das Américas haviam se comprometido a integrar a HEARTS a suas redes de APS.
  • A HEARTS é a parte da iniciativa Melhor Atenção às DNTs que se concentra no controle da hipertensão arterial, um fator de risco importante para doenças cardiovasculares.

Fundos Rotativos Regionais
Ajudando os países a assegurar que todas as pessoas tenham acesso aos insumos de saúde de que precisam

Trabalhadora da OPAS conversando com um homem e um bebê
© OPAS

Os Fundos Rotativos Regionais são mecanismos de cooperação técnica que permitem que os países da Região das Américas tenham acesso a insumos de qualidade a preços acessíveis, de forma oportuna e transparente. Especificamente, os Fundos viabilizam o acesso a:

  • Vacinas, caixas térmicas e seringas

  • Medicamentos essenciais

  • Equipamentos médicos

 

Os Fundos Rotativos Regionais são compostos por dois mecanismos diferentes, de forma a obter as melhores condições possíveis para os Estados Membros:

Fundo Rotativo para Acesso a Vacinas

Seu objetivo é permitir que a Região das Américas tenha acesso a vacinas e insumos relacionados à imunização de qualidade.

Fundo Rotativo Regional para Provisões Estratégicas de Saúde Pública (Fundo Estratégico)

Para a aquisição de medicamentos essenciais de qualidade, insumos de saúde e tecnologias em saúde de modo geral.

 

O ano de 2024 foi crítico para os Fundos Rotativos Regionais nos seguintes aspectos:

Crescimento para aumentar o impacto

Em 2024, o Fundo Rotativo para Acesso a Vacinas aumentou seu nível de apoio em 7% em relação a 2023, chegando a US$ 691,4 milhões; o Fundo Estratégico aumentou seu nível de apoio em 11%, para US$ 122 milhões.

Novas prioridades para atender melhor às necessidades dos Estados Membros

Em 2024, por meio de uma resolução, os Estados Membros da OPAS reestruturaram as prioridades dos Fundos Rotativos Regionais a fim de aumentar a segurança sanitária e a resiliência na Região. Essa reestruturação foi, em grande parte, consequência das lições aprendidas durante a COVID‑19.


Aumentar a independência industrial e tecnológica da Região

Graças à sua capacidade de consolidar a demanda regional e facilitar parcerias, os Fundos Rotativos Regionais desempenham um papel fundamental na criação de ecossistemas que, por sua vez, podem melhorar o acesso na Região.

Detalhes do acordo


Após meses de negociação ao longo de 2024, um acordo foi firmado em janeiro de 2025:

A Pfizer transferirá para a Sinergium Biotech a tecnologia e o know-how para produção da VPC20.

Os Fundos Rotativos Regionais distribuirão a vacina para outros países da Região.

Ao consolidar a demanda de toda a Região para os próximos anos, a OPAS oferece aos fornecedores previsibilidade, exatidão e economias de escala, o que contribui para reduzir significativamente o risco do investimento.

Consequentemente, a Pfizer propôs um acordo com o preço mais competitivo que ela oferece no mundo para a VPC20.

Uma história marcada por sucessos


Este é o projeto de grande porte mais recente que os Fundos Rotativos Regionais ajudaram a trazer para a Região, mas está longe de ser um sucesso isolado.

Os Fundos Rotativos Regionais foram fundamentais para:

  • Avaliar a demanda de vacinas, a cadeia de abastecimento, o mecanismo de distribuição e o custo de desenvolvimento e operacionalização das vacinas de mRNA contra a COVID‑19 na Região. Os Fundos Rotativos Regionais têm sido a base de décadas de trabalho da OPAS para prever a demanda e promover o acesso a vacinas, medicamentos essenciais e insumos estratégicos de saúde, portanto foram fundamentais nesse processo.
  • Contribuir para a eliminação da poliomielite e da rubéola.
  • Evitar interrupções no fornecimento de insumos durante a pandemia de COVID‑19.

Inovação e produção de tecnologias em saúde em âmbito regional
Fortalecimento da resiliência e do acesso equitativo na Região

Processo de produção da vacina contra a COVID‑19 do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
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A Região das Américas tem importantes capacidades de fabricação, mas o acesso regional a essas tecnologias em saúde é limitado, e ainda dependemos muito de tecnologias essenciais e insumos de saúde que vêm de fora, o que afeta negativamente o acesso equitativo e a resiliência regional:

mais importações de produtos farmacêuticos

A América Latina e o Caribe importam seis vezes mais produtos farmacêuticos do que exportam

80×

mais importações de vacinas

No caso das vacinas, a diferença aumenta para 80 vezes mais importações

Acesso inter-regional limitado

Apenas 13% das importações farmacêuticas são provenientes da própria Região

Apenas 7% das vacinas são fabricadas na Região

Menos de 7% das vacinas adquiridas pelo Fundo Rotativo da OPAS são de fabricantes regionais

Essas deficiências estruturais foram penosamente evidentes durante a pandemia de COVID‑19, período em que as necessidades regionais e a demanda mundial esbarraram em transtornos generalizados da cadeia de abastecimento. A Região sofreu grave escassez e desigualdade de acesso a vacinas e outras tecnologias em saúde, destacando a necessidade urgente de aumentar a inovação e a capacidade fabril em âmbito regional.

Em setembro de 2021, o 59º Conselho Diretor da OPAS aprovou o documento de política Aumento da capacidade de produção de medicamentos e tecnologias em saúde essenciais e a resolução correspondente (CD59.R3). Esses documentos oferecem uma estrutura comum e sustentável com linhas de ação estratégicas priorizadas para orientar e guiar os países da Região em seu trabalho. Para implementar esse mandato, a OPAS lançou em 2023 um programa especial, a Plataforma Regional de Inovação e Produção.

Estratégia de segurança sanitária e acesso à saúde

A Plataforma Regional de Inovação e Produção da OPAS se concentra em quatro pilares estratégicos:

  • Promoção da pesquisa, inovação e produção de tecnologias estratégicas. Dar apoio a países e inovadores para o desenvolvimento e fabricação de tecnologias essenciais em saúde, com foco em plataformas de vacinas de mRNA
  • Fortalecimento dos ecossistemas regionais. Criar ambientes favoráveis à inovação e à produção por meio de cooperação regulatória, desenvolvimento da força de trabalho, estruturas de política e cadeias de abastecimento resilientes
  • Geração e divulgação de informações técnicas para apoiar a tomada de decisões com base em evidências
  • Facilitar o diálogo e a cooperação multissetorial. Colaborar com governos, o setor privado, o meio acadêmico, a sociedade civil e organizações internacionais e promover diálogos, parcerias e colaborações com parceiros mundiais e regionais

O poder da coordenação regional

Uma das principais vantagens da abordagem da OPAS é a oportunidade de aproveitar os mecanismos regionais existentes, como os Fundos Rotativos Regionais. Esses mecanismos consolidam a demanda regional, proporcionando previsibilidade aos fabricantes e criando economias de escala que reduzem os preços. Em 2024, os Estados Membros acrescentaram novas flexibilidades aos Fundos Rotativos Regionais da OPAS a fim de promover a produção local. Em 2024, essa abordagem coordenada facilitou o acordo entre a Pfizer, a Sinergium Biotech da Argentina e a OPAS.

Zero Mortes Maternas Evitáveis

Mulher grávida sorrindo
© OPAS
  • A razão de mortalidade materna (RMM) é um indicador persistente do risco à saúde. Desde 2015, a RMM vem aumentando constantemente na América Latina e no Caribe, e a COVID‑19 piorou drasticamente essa situação.
7200
A cada ano, cerca de 7200 mulheres da Região morrem durante o parto ou devido a complicações da gravidez. Isso equivale a quase 20 mortes por dia.
90%
6500 (90%) dessas mortes poderiam ser evitadas.

Essa situação prejudica os esforços para atingir a meta regional para 2030 de 30 mortes por 100 mil nascidos vivos da Agenda de Saúde Sustentável para as Américas, lançada pelos países da Região em 2017 e endossada pela OPAS. Seria necessário alcançar esse nível para atingir a meta 3.1 dos ODS (RMM de 70 em âmbito mundial até 2030).


Um chamado à ação

  • Em junho de 2024, o Diretor da OPAS emitiu um chamado à ação e lançou uma estratégia para acelerar a redução da mortalidade materna e abordar os principais desafios estruturais para a saúde materna. A estratégia inclui seis linhas de ação estratégicas e identifica 12 países prioritários.

 

12
Estado Plurinacional da Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Paraguai, Peru, República Dominicana e República Bolivariana da Venezuela são os 12 países priorizados no chamado à ação da OPAS.

As seis linhas de ação estratégicas são:

1. Governança

Fortalecer a governança e a gestão em saúde e no manejo da saúde materna.

2. Acesso

Expandir e fortalecer o primeiro nível de atenção, priorizando territórios e populações com alta RMM e mortalidade materna.

3. Redes

Reforçar as redes de serviços de saúde, com ênfase na atenção à saúde materna, sexual e reprodutiva.

4. Qualidade

Assegurar a qualidade da atenção à saúde materna, sexual e reprodutiva em redes de serviços integrados de saúde.

5. Força de trabalho

Garantir a existência de recursos humanos em saúde suficientes, bem distribuídos, capacitados, equipados e motivados.

6. Empoderamento

Empoderar mulheres, famílias e comunidades para melhorar a atenção à saúde e fiscalizar direitos sexuais e reprodutivos.


O chamado à ação da OPAS também dá ênfase a outras condições essenciais para reduzir a mortalidade materna na Região:

  • Forte compromisso político com um financiamento adequado que priorize a saúde da mulher.
  • Colaboração intersetorial para abordar barreiras sociais, culturais, econômicas e jurídicas que obstaculizam o acesso à cuidados de saúde materna.
  • Estratégias eficazes de mobilização social que envolvam a sociedade civil para aumentar a visibilidade dos problemas de saúde materna e construir capital social.

Para atingir a ambiciosa meta de reduzir as mortes maternas para menos de 30 por 100 mil nascidos vivos até 2030, o chamado à ação propõe uma estratégia multifacetada centrada na APS:

  • A APS é a melhor ferramenta para oferecer uma atenção à saúde que atue de forma preventiva e promova a saúde com uma abordagem de curso de vida.
  • As ações se concentram nas mulheres, famílias e comunidades.

A APS também tem mais flexibilidade e uma melhor compreensão sobre a situação específica de saúde de cada comunidade.

  • Isso é fundamental, pois a mortalidade durante a gestação e o parto é fortemente influenciada por vários fatores, como geografia (população rural versus urbana), situação socioeconômica e etnia.

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