Em Aracaju, a equipe multiprofissional conta com assistentes sociais, médico, psicóloga e enfermeiras como Keila Cristina Costa, que presta cuidados a essa população desde 2017 e, neste ano, passou a integrar o Consultório na Rua. Ela afirma que a pandemia potencializou ainda mais os riscos para essa população que já era vulnerável, devido ao fato de terem menor acesso a medidas preventivas essenciais, como a higienização e o distanciamento físico.
“Havia a recomendação de ficar em casa, mas e quem não tem casa?”, questiona a enfermeira. Por isso, as equipes do Consultório na Rua buscam as pessoas onde elas estão e fornecem, além da vacina, álcool em gel, máscaras e outros produtos de saúde, bem como orientações específicas para a realidade delas. “Dialogamos com elas sobre a importância de tomar a vacina e questões relacionadas ao uso abusivo de substâncias psicoativas e de álcool”, detalha. A enfermeira conta que muitas pessoas desse grupo acreditam que, pelo fato de consumirem esses produtos, a vacinação possa ter efeito prejudicial no organismo delas.
Ela então esclarece que podem surgir reações adversas comuns após a vacinação, como dor no local da injeção e febre, mas que não há evidências de que o consumo de álcool e outras drogas possa reduzir o efeito da vacina contra COVID-19 ou causar complicações. Enquanto isso, profissionais redutores de danos, como Ednalva Monteiro, promovem ações de educação em saúde para diminuir os riscos do uso abusivo de substâncias e outros comportamentos nocivos à saúde. “Nosso trabalho tem como base o vínculo com as pessoas que abordamos”, explica a redutora de danos.