Especialistas na área e representantes da sociedade civil da América Latina e do Caribe, convocados pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), revisaram as evidências científicas e recomendaram 17 ações que as pessoas podem fazer para ajudar a prevenir o câncer:
1. Não fume ou use qualquer tipo de tabaco. Se você usa, é possível parar. Se necessário, conte com ajuda profissional. Também não use cigarros eletrônicos, pois levam ao uso de produtos de tabaco.
2. Faça de sua casa um lugar livre da fumaça do tabaco. Respeite e promova as leis que garantem espaços livres de fumaça do tabaco para cuidar da nossa saúde.
3. Mantenha ou atinja seu peso saudável, ao longo da vida, para ajudar a prevenir vários tipos de câncer.
4. Faça atividade física diariamente, ao longo da vida, e limite o tempo que passa sentado. Ser uma pessoa fisicamente ativa ajuda a prevenir vários tipos de câncer.
5. Faça uma alimentação saudável:
6. Evite o consumo de bebidas alcoólicas para ajudar a prevenir vários tipos de câncer.
7. Amamente, quanto mais meses, melhor, para ajudar a prevenir o câncer de mama e o excesso de peso na criança.
8. Proteja-se da exposição direta ao sol nos horários de maior intensidade para ajudar a prevenir o câncer de pele.
9. Se você cozinha ou aquece sua casa com carvão mineral ou lenha, evite o acúmulo de fumaça dentro de casa.
10. Se houver alta poluição do ar em seu ambiente (externo), limite o tempo que você passa ao ar livre.
11. Informe-se se o seu trabalho o(a) expõe a substâncias que podem produzir câncer e exija e adote as medidas de proteção recomendadas.
12. A infecção pela bactéria Helicobacter pylori pode causar câncer de estômago. Converse com os profissionais de saúde para ver se você poderia se beneficiar da detecção da bactéria e do tratamento da infecção.
13. Infecções por vírus como os das hepatites B e C, o vírus do papiloma humano (HPV) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) também podem causar câncer. Portanto:
14. Não faça reposição hormonal na menopausa, a menos que seja indicada pelo seu médico. A reposição hormonal pode causar câncer de mama.
O câncer pode ser controlado e curado se for detectado precocemente e tratado no momento certo:
15. Se você tem entre 50 e 74 anos, procure o serviço de saúde e solicite o exame de detecção precoce do câncer de cólon e reto (sangue oculto nas fezes ou colonoscopia). De acordo com os resultados, siga as recomendações do profissional de saúde.
16. Se você tem 40 anos ou mais, vá ao serviço de saúde a cada dois anos para fazer um exame clínico das mamas. A partir dos 50 até os 74 anos, faça uma mamografia a cada dois anos. De acordo com os resultados, siga as recomendações do profissional de saúde.
17. Se você tem entre 30 e 64 anos, procure o serviço de saúde e solicite o teste molecular do vírus do papiloma humano (HPV), pelo menos a cada 5 a 10 anos, para detecção precoce do câncer do colo do útero. Pergunte se você mesma pode coletar a amostra. Caso não tenha acesso ao teste de HPV, solicite o teste disponível em seu país. De acordo com os resultados, siga as recomendações do profissional de saúde.
Recomendações dirigidas aos formuladores de políticas para a implementação do Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer
O Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer propõe uma série de medidas de prevenção que todas as pessoas podem realizar para contribuir com a prevenção do câncer. São 17 recomendações baseadas nas mais recentes evidências científicas sólidas e adaptadas a cenários comuns na América Latina e no Caribe. Essas recomendações não são juridicamente vinculativas nem são apresentadas de forma hierárquica. Entretanto, as recomendações de políticas públicas detalhadas abaixo são apoiadas por estratégias aceitas e acordadas internacionalmente. No entanto, no contexto da América Latina e do Caribe, existem fatores estruturais e condições socioeconômicas que impõem barreiras à implementação das mudanças necessárias, entre os quais pobreza, desemprego, falta de habitação, água potável e saneamento, ou dificuldades de acesso a alimentos saudáveis e a serviços de saúde. Por isso, é fundamental que ações governamentais sejam realizadas para incentivar e garantir que as pessoas possam adotar as 17 recomendações deste código nas áreas descritas a seguir.
Para a implementação efetiva do código, solicita-se aos países da América Latina e do Caribe que divulguem e implementem as 17 recomendações como um todo, sem fazer alterações no texto. Solicitamos que não se substitua, exclua ou adicione palavras que possam afetar o significado dessas recomendações. Só é aconselhável utilizar, quando for o caso, sinônimos aceitos pela população de cada país específico, para que o significado de nenhuma palavra seja mal interpretado, citando sempre o texto original do código. Também não devem ser modificadas as recomendações de políticas públicas que acompanham cada uma das 17 recomendações dirigidas à população, conforme descrito a seguir.
Recomenda-se que os países estabeleçam metas intermediárias para alcançar a implementação gradual das recomendações que requerem infraestrutura não disponível no momento da publicação do código.
Ref. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
Ref. 9
Ref. 10
Implementar ações e programas para redução progressiva do uso de carvão mineral e lenha em ambientes fechados, como a melhoria de cozinhas ou mudança para energias mais limpas.
Ref. 11
Ref. 12
Ref. 13
Ref. 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21
Ref. 22, 23, 24
Ref. 25
Ref. 26, 27
Ref. 28, 29, 30
Estas recomendações são fruto de um projeto coordenado pela Agência Internacional de Investigação sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde, em colaboração com a Organização Pan-Americana da Saúde, e cofinanciado pela amigo_h (Amigos Einstein da Oncologia e Hematologia) que integra o pilar de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e IARC. A amigo_h não participou do desenho do projeto e nem do seu resultado final.
Referencias