Aleitamento materno nos primeiros anos de vida salvaria mais de 820 mil crianças menores de cinco anos em todo o mundo

1 de agosto de 2018 – O leite materno é o melhor alimento para os recém-nascidos e crianças com até os dois anos. No entanto, cinco em cada 20 bebês (52%) na América Latina e no Caribe não são amamentados em sua primeira hora de vida, o que é uma medida essencial para salvar vidas.

Estima-se que, em 2017, 78 milhões de recém-nascidos no mundo tiveram que esperar por mais de uma hora para serem colocados no peito de suas mães, segundo adverte o novo relatório publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “Capture the moment”, que analisa dados de 76 países.

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos de vida, assim como o aleitamento materno como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de idade e, de maneira completar, até os dois anos.

“A América Latina e o Caribe estão entre as regiões com as médias globais de aleitamento materno mais altas, mas ainda falta muito a fazer para alcançarmos a meta de 50% de amamentação exclusiva nos seis primeiros meses de vida até 2025”, afirma Rubén Grajeda, assessor regional em Nutrição da OPAS.

Atualmente, apenas 38% dos bebês são alimentos exclusivamente com leite materno até os seis meses na região das Américas e só 32% continuam amamentando até os 24 meses. O aleitamento materno é vital para a saúde e desenvolvimentos das crianças ao longo de toda a vida e reduz os cursos para os sistemas de saúde, famílias e governos.

Quando iniciada na primeira hora de vida, a amamentação protege os recém-nascidos de infecções e pode salvar vidas. Os lactentes correm um risco mais de morrer devido a diarreia e outras infecções quando são amamentados apenas parcialmente ou não são amamentados em absoluto.

A amamentação também melhor o coeficiente intelectual, a preparação para a escola e a assistência a ela. Também é associada a maiores rendas na vida adulta e reduz o risco de câncer de mama nas mães.

Nesta Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada a partir de hoje (1) até 7 de agosto, a OPAS insta os governos, doadores e outros responsáveis pela tomada de decisões e adotar medidas firmes para proteger, promover e apoiar a amamentação. Pede para que reforcem as medidas regulatórias estabelecidas no Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, criar mais “hospitais amigos das crianças”, aplicar uma política de direitos da maternidade, que a proteja alinhada à Convenção e recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), assim como oferecer apoio e aconselhamento especializado às mães.

“Estas medidas não foram implementadas em escala nacional, nem de forma regular, e isso resulta em um incremento nulo ou muito pequeno nas taxas de aleitamento materno”, diz Grajeda, “É necessário fortalecê-las para a correta implementação e monitoramento do Código e assim garantir que os pais e cuidadores estejam protegidos das informações inapropriadas ou enganosas”, ressalta.

Neste ano, o lema da Semana impulsionado pela Aliança Mundial para a Ação de Aleitamento Materno (WABA, sigla em inglês) é: “Aleitamento materno: pilar da vida”. E busca garantir que “um mundo cheio de desigualdade, crises e pobreza, a amamentação seja a base de uma boa saúde para toda a vida de bebês e mães”.

Recomendações para aumentar o apoio ao aleitamento materno

Em abril deste ano, a OMS e o Unicef publicaram um guia de dez passos para aumentar o apoio ao aleitamento materno nos centros de saúde que prestam serviços de maternidade e neonatologia. Amamentar todos os bebês durante os primeiros anos de vida salvaria mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos todos os anos.