Webinário divulga iniciativas para o fortalecimento e integração das MTCI nos sistemas de saúde

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Seguindo as diretrizes da OMS em sua estratégia para as Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI), a OPAS/OMS Brasil, em parceria com a BIREME, realizou um webinário no último dia 13 de dezembro para divulgar duas importantes iniciativas que contribuem para o fortalecimento e integração das MTCI nos sistemas e serviços de saúde das Américas e do Caribe, e para ampliação da resolutividade e sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde.

Na abertura do webinário, Roberto Tápia, coordenador da área de Serviços e Sistemas de Saúde na OPAS/OMS Brasil, enfatizou o compromisso de trabalhar muito próximo com as MTCI buscando os caminhos para a integração da forma de ver a saúde dos povos a partir dos seus saberes tradicionais. Por sua vez, João Paulo Souza, diretor da BIREME, ressaltou a importância de celebrar e reconhecer o trabalho de toda Rede para promoção do cuidado integral das necessidades de saúde da população. Soluções como a BVS MTCI Américas, que procuram visibilizar e dar acesso às evidências, são uma forma concreta de colocar em movimento esse conhecimento sintetizado e organizado no sentido das ações.

O webinário contou ainda com a participação de parceiros de projetos e ações promovidas pela OPAS/OMS Brasil para a construção e implementação de um plano estratégico para as MTCI, como: Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN), Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Rede MTCI Américas, Ministério da Saúde do Brasil, Conselho Nacional de Saúde (CNS) e RedePICS.

O principal objetivo do webinário foi apresentar os dados da primeira fase do projeto de Mapeamento das Medicinas Tradicionais Complementares e Integrativas, e lançar novos Mapas de Evidências sobre efetividade clínica das PICS.

O projeto Mapeamento das Medicinas Tradicionais Complementares e Integrativas nas Américas, é coordenado pelo Observatório Nacional de Saberes e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS/Fiocruz) em parceria com a OPAS/OMS Brasil, e colabora com a construção de um panorama atualizado sobre a integração das MTCI nos sistemas de saúde de 36 países. O Mapeamento busca caracterizar a implementação do atendimento das MTCI nos sistemas e serviços de saúde e correlacionar informações demográficas, epidemiológicas e econômicas de cada país. O levantamento das informações começou em 2021 por meio de pesquisa documental em sites governamentais, entrevista com atores estratégicos e ou especialistas na MTCI.

No webinário foram apresentados os dados da primeira fase do Mapeamento e, de acordo com o relatório preliminar, 13 dos 36 países pesquisados (México, Guatemala, Nicarágua, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Venezuela e Cuba) possuem regulamentação tanto paras as medicinas complementares e integrativas (MCI) quanto para as medicinas tradicionais (MT). Em El Salvador e no Panamá há apenas para as MT e no Uruguai para as MCI. Em relação às medicinas tradicionais de povos indígenas, 15 países dispõem de algum instrumento normativo. “O relatório traz uma análise descritiva. A partir dele estamos fazendo algumas discussões. Por exemplo, se a implantação das MTCI tem relação com gastos em saúde”, explicou a coordenadora do ObservaPICS e pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Islândia Carvalho.

Relatório está aberto para consulta e contribuições de gestores, profissionais e usuários das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e das MTCI das Américas e do Caribe.

Os Mapas de Evidências sobre efetividade clínica das PICS estão sendo construídos desde 2019 pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) em parceria com a BIREME, e visam contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). No webinário foram lançados nove mapas que mostram a efetividade clínica das PICS no tratamento da dor crônica, do câncer do útero e de doenças cardiovasculares, assim como as evidências clínicas da moxabustão, ventosaterapia, aromaterapia, apiterapia, homeopatia e plantas medicinais brasileiras.

Os principais achados dos novos mapas foram apresentados por Caio Portella e Mariana Cabral, membros da diretoria do CABSIN, e destacam as evidências clínicas das PICS avaliadas por centenas de estudos de revisão sistemática aplicadas a vários grupos de desfechos de saúde como câncer, dor, saúde mental, saúde bucal, saúde da mulher entre outros.

Verônica Abdala, da BIREME, destacou a importância dos Mapas de Evidências para promoção do acesso e uso das evidências científicas na área das MTCI e PICS e sua aplicação nas decisões e políticas de saúde. Os mapas cumprem a função de mapear, reunir e caracterizar as evidências clínicas disponíveis e apresentar de forma gráfica as intervenções com as PICS para diversos grupos de desfechos de saúde. Todos os mapas podem ser acessados neste link.

O Webinário realizado em 13 de dezembro foi promovido pela Representação da OPAS/OMS no Brasil, com a colaboração da BIREME, foi transmitido através da ferramenta Zoom e pelo Canal YouTube do ObservaPICS. A gravação do webinário encontra-se disponível no YouTube.

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