No Abrascão, OPAS destaca que são necessárias ações cientificamente consistentes e socialmente sustentáveis para enfrentar a crise climática

Representante da OPAS, vestido com terno azul claro, fala no púlpito durante abertura do Abrascão
Ministério da Saúde do Brasil/Erasmo Salomão
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Brasília, 29 de novembro de 2025 – Durante a abertura do 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão) neste sábado (29/11), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforçou seu compromisso com o fortalecimento de sistemas de saúde resilientes, equitativos e sustentáveis. O evento, que acontece até 3 de dezembro, é promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e reúne mais de 11 mil autoridades, pesquisadores, docentes, estudantes, trabalhadores da saúde e movimentos sociais para discutir democracia, equidade e justiça climática.

“Como alertado na COP30, a crise climática não é apenas uma questão ambiental, mas também uma crise social e de saúde, que tem implicações importantes no nível de equidade e na capacidade de resposta socialmente organizada do sistema de saúde da região”, ressaltou o representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Cristian Morales, acrescentando que a escolha do tema do Congresso este ano foi mais que pertinente.

“As mudanças no clima, a elevação das temperaturas, os eventos extremos, a poluição do ar, da água, do solo, as alterações nos ecossistemas e outros efeitos que podem ser causados pela crise climática afetam diretamente a saúde humana”, pontuou Cristian Morales.

Em sua fala, o representante da OPAS e da OMS no Brasil defendeu que é necessário gerar consciência coletiva em relação à crise climática e construir ações cientificamente consistentes, mas também politicamente possíveis e socialmente sustentáveis. “As pessoas que estão em situação de maior vulnerabilidade são as que menos contribuem para produção dos gases de efeito estufa e que têm menos possibilidades também de mitigar os efeitos da mudança climática. Isso impõe sobre todos nós uma responsabilidade ainda maior para poder enfrentar esses desafios”, concluiu.

Rômulo Paes, presidente da Abrasco, pontuou que o Congresso é realizado em um momento crítico para a saúde pública do Brasil e da Região, com eventos climáticos extremos e desigualdades agravadas sendo registradas em todo o mundo. De acordo com ele, “é hora de fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde brasileiro), modernizar competências, combater o desfinanciamento e enfrentar desigualdades regionais.”

O presidente da Abrasco afirmou que a justiça climática está profundamente associada à democracia e à equidade. “Precisamos ter políticas específicas. Entendemos que a saúde é não apenas um elemento discursivo para dizer as consequências do mau uso, da má utilização dos recursos naturais e a produção das consequências sobre a vida dos seres vivos. Nós entendemos que a saúde tem uma centralidade nesta agenda, porque ela também pode ajudar no processo de adaptação do enfrentamento deste grande desafio das gerações que compartilham este planeta neste momento”, finalizou.

Sobre o Abrascão

O Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva ocorre de três em três anos e teve sua primeira edição em 1986. É um dos mais importantes fóruns científicos da área da saúde coletiva do mundo. A 13ª edição do Abrascão foi realizada de 19 a 24 de novembro de 2022 em Salvador, Bahia. O evento reuniu mais de 6 mil pessoas. 

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