Grupo Consultivo Científico da OMS emite relatório sobre origens da COVID-19

Coronavírus

Genebra, 27 de junho de 2025 (OMS) – O Grupo Consultivo Científico da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Origens de Novos Patógenos (SAGO, na sigla em inglês) – um painel de 27 especialistas multidisciplinares internacionais e independentes –, publicou nesta sexta-feira (27) um relatório sobre as origens do SARS-CoV-2, vírus responsável pela pandemia de COVID-19.

O Grupo Consultivo avançou na compreensão das origens da COVID-19, mas, como diz em seu relatório, muitas das informações necessárias para avaliar completamente todas as hipóteses não foram fornecidas.

“Agradeço a cada um dos 27 membros da SAGO por dedicarem seu tempo e experiência a este empreendimento científico tão importante ao longo de mais de três anos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “No momento, todas as hipóteses devem permanecer em pauta, incluindo a transmissão zoonótica e o vazamento de laboratório. Continuamos o apelo à China e a qualquer outro país que tenha informações sobre as origens da COVID-19 para que as compartilhem abertamente, no interesse de proteger o mundo de futuras pandemias.”

Em seu relatório, o SAGO considerou as evidências disponíveis para as principais hipóteses sobre as origens da COVID-19 e concluiu que "o peso das evidências disponíveis... sugere uma disseminação zoonótica... seja diretamente de morcegos ou por meio de um hospedeiro intermediário".

A OMS solicitou que a China compartilhasse centenas de sequenciamentos genéticos de indivíduos com COVID-19 no início da pandemia, informações mais detalhadas sobre os animais vendidos nos mercados de Wuhan e informações sobre o trabalho realizado e as condições de biossegurança nos laboratórios da cidade. Até o momento, o país não compartilhou essas informações com o SAGO e com a OMS.

O Grupo Consultivo Científico da OMS para Origens de Novos Patógenos publicou suas conclusões e recomendações iniciais em um relatório em 9 de junho de 2022. A publicação de hoje atualiza essa avaliação com base em artigos e análises revisados por pares, bem como em informações não publicadas disponíveis, estudos de campo, entrevistas e outros relatórios, incluindo conclusões de auditorias, relatórios governamentais e relatórios de inteligência. O SAGO se reuniu em diversos formatos 52 vezes, realizando briefings com pesquisadores, acadêmicos, jornalistas e outros.

“Como afirma o relatório, este não é apenas um esforço científico, é um imperativo moral e ético”, afirmou Marietjie Venter, presidente do Grupo e professora emérita e titular da Cátedra de Pesquisa sobre Uma Só Saúde em Vacinas e Vigilância para Ameaças Virais Emergentes na Universidade de Witwatersrand, África do Sul. “Compreender as origens do SARS-CoV-2 e como ele desencadeou uma pandemia é necessário para ajudar a prevenir futuras pandemias, salvar vidas e meios de subsistência e reduzir o sofrimento global.”

Em uma sessão especial da Assembleia Mundial da Saúde no final de 2020, os Estados Membros da OMS adotaram uma resolução solicitando que a Organização estudasse as origens do SARS-CoV-2. Desta forma, uma missão conjunta de especialistas internacionais e chineses viajou à China em janeiro e fevereiro de 2021 e publicou seu relatório em março daquele ano.

Em julho de 2021, Tedros lançou o SAGO com dois objetivos: primeiro, elaborar um arcabouço global para investigar as origens de patógenos emergentes e reemergentes, que foi publicado no ano passado, e, segundo, aplicar esse arcabouço na avaliação de evidências científicas e na determinação das origens da COVID-19.

O trabalho para compreender as origens do SARS-CoV-2 permanece inacabado. A OMS acolhe com satisfação quaisquer novas evidências sobre as origens da COVID-19 e o SAGO permanece comprometido em revisar quaisquer novas informações, caso estejam disponíveis.