OPAS disponibiliza ferramentas para auxiliar gestores em tomada de decisão sobre distanciamento social e outras medidas não farmacológicas

foto: karina zambrana

Brasil, 14 de maio de 2020 – Na ausência de vacinas e tratamentos contra a COVID-19 que sejam seguros e eficazes, é fundamental adotar medidas não farmacológicas (como distanciamento social e restrição de viagens), ajustadas à realidade local, para minimizar a exposição das pessoas ao novo coronavírus. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem elaborado uma série de ferramentas, em apoio ao Ministério da Saúde do Brasil, para auxiliar os governos na tomada de decisão sobre essas ações – incluindo indicadores.

Uma delas é a guia técnica “Considerações sobre ajustes das medidas de distanciamento social e medidas relativas a viagens no contexto da resposta à pandemia de COVID-19”, de 24 de abril. Segundo o documento, a experiência em países europeus indica que o processo de afrouxamento das medidas de distanciamento social é, em muitos aspectos, mais complexo que o endurecimento delas e, por isso, deve ser gradual, priorizado e planejado.

A guia proporciona elementos para tomada de decisão no que diz respeito a endurecimento ou afrouxamento das medidas. O documento diz que, idealmente, se a decisão de afrouxamento é tomada, cada etapa desse processo deve se estender por pelo menos 14 dias, permitindo a identificação de alterações epidemiológicas em um tempo correspondente a pelo menos um período máximo de incubação (tempo entre a exposição à COVID-19 e o momento em que os sintomas começam).

A OPAS também recomenda que todo o processo de tomada de decisão seja pautado por uma abordagem que envolva todo o governo e tenha consenso político entre as diferentes partes e em todos os níveis administrativos. Na medida do possível, esse processo também deve envolver representantes de toda a sociedade (ex.: associações profissionais, líderes comunitários locais, entre outros).

Para fins de referência, responsabilização e revisões após a implementação de ações, o processo analítico de qualquer decisão considerada e/ou tomada deve ser documentado formalmente pelas autoridades governamentais. As decisões também devem ser devidamente comunicadas ao público.

Outra importante ferramenta é a Calculadora Epidêmica, desenvolvida numa parceria entre OPAS, Ministério da Saúde do Brasil, Universidade de Brasília (UnB), Instituto Butantã, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Direcionada a especialistas em saúde pública, a calculadora produz cenários (e não previsões sobre o futuro) a partir de valores, dados e parâmetros – como quantidade de leitos disponíveis, velocidade de transmissão e contato social. A efetividade do modelo está diretamente relacionada à qualidade das informações utilizadas no cálculo.

O Brasil registrou até a noite desta quarta-feira (13) o total de 188.974 casos de coronavírus e confirmou a recuperação de 78.424 (41,5% do total) pacientes. Até o momento, são 13.149 mortes provocadas pela doença.

No mundo, até a manhã desta quarta-feira, foram confirmados 4.170.424 casos de COVID-19 (81.577 novos em relação ao dia anterior) e 287.399 mortes (4.245 novas em relação ao dia anterior), sendo 1.781.564 casos confirmados nas Américas (37.847 novos em relação ao dia anterior) e 106.504 mortes (1.955 novas em relação ao dia anterior).

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