Em parceria com a OPAS, Ministério da Saúde do Brasil promove encontro regional sobre inteligência epidêmica para fortalecer detecção precoce de emergências de saúde

Representante da OPAS no Brasil fala ao microfone para a plateia
OPAS/OMS/Karina Zambrana
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Brasília, 15 de julho de 2025 – Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Ministério da Saúde do Brasil promoveu nestas terça (15/7) e quarta-feira (16/7) um encontro regional com o intuito de desenvolver o Plano de Ação para implementação da Estratégia de Inteligência Epidêmica para o Fortalecimento do Alerta Precoce de Emergências Sanitárias 2024-2029. Estiveram presentes no evento profissionais de 27 países, além do Brasil, com experiência em liderar ou coordenar atividades relacionadas à inteligência epidêmica. 

“Fortalecer o sistema de inteligência epidêmica na região das Américas é uma estratégia essencial para proteger vidas, garantir o direito à informação confiável e permitir que as pessoas vivam com segurança, autonomia e dignidade”, afirmou o representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Cristian Morales. Na ocasião, ele aproveitou para deixar duas mensagens aos participantes: “O primeiro é a importância da preparação para a próxima pandemia (...) e a inteligência epidêmica é fundamental nessa preparação” e segundo que “a inteligência epidêmica depende da colaboração entre diversos atores.”

Edenildo Barreira, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde do Brasil, ressaltou que a pasta está comprometida com a pauta da inteligência epidêmica e que ela precisa “fortalecer a cooperação entres os países da América Latina”. O Departamento é Centro Colaborador da OPAS na área de Treinamento em Emergências de Saúde Pública.

O Brasil possui grande capacidade em inteligência epidêmica, com práticas e experiências que podem ser replicadas em outros contextos da região. Além das análises de notificações e dados laboratoriais, autoridades em diferentes níveis de governo avançaram com vigilância baseada em síndromes; integração de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) na coleta rotineira de dados; abordagens de vigilância participativa para detecção de eventos de doenças em animais silvestres; e fortalecimento da pesquisa com uso de bases de dados integradas, bem como o uso e integração de dados provenientes de laboratórios privados.

Mais informações sobre inteligência epidêmica

Em agosto de 2020, o Conselho Diretor da OPAS aprovou uma resolução para o fortalecimento da inteligência epidêmica como uma das quatro Linhas Estratégicas de Ação da política de resposta à pandemia de COVID-19. Esta emergência de saúde pública de importância internacional mostrou ao mundo a importância de expandir o uso de diferentes fontes de dados, bem como a necessidade de verificação rápida de sinais de potenciais ameaças à saúde pública, gestão eficaz de grandes quantidades de informações e adaptação rápida e inovação contínua em apoio ao alerta e resposta precoces.

Em junho de 2024, o 174º Comitê Executivo da OPAS aprovou uma resolução sobre a Estratégia de Inteligência Epidêmica para o Fortalecimento do Alerta Precoce de Emergências Sanitárias 2024-2029. Essa iniciativa, inicialmente proposta pelo Brasil e posteriormente apoiada por todos os países membros da OPAS, destaca o compromisso em compreender e integrar todas as perspectivas.

A detecção precoce de ameaças críticas à saúde pública é fundamental para a rápida implementação de intervenções que salvam vidas e reduzem os efeitos negativos causados por emergências, incluindo aqueles relacionados à saúde física e mental, perdas econômicas, perturbações sociais e danos ambientais. A falha na detecção de ameaças à saúde pública ou a detecção tardia pode resultar em consequências negativas em larga escala para indivíduos, comunidade, sistemas de saúde e economia.