Brasília, 2 de setembro de 2025 – Entre os dias 1 e 2 de setembro, ocorreu em Brasília, no Brasil, uma reunião nacional para avaliação e otimização da Rede de Laboratórios de Saúde Pública. O encontro foi realizado no âmbito do Projeto PROTECT, que é conduzido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em parceria com os Ministérios da Saúde e da Agricultura e Pecuária e com apoio do Banco Mundial.
A reunião teve como objetivo consolidar diretrizes para a detecção molecular e o sequenciamento genético de patógenos com potencial epidêmico e pandêmico. Na abertura, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde do Brasil, Mariângela Simão, destacou a importância da cooperação.
“A gente tem que pensar que para estarmos melhor preparados, vamos ter que trabalhar com todo mundo junto, aberto para as novas iniciativas. Pensando que o que nos move é o interesse comum, que é proteger os brasileiros e as brasileiras das ameaças”, afirmou.
A atividade marca um passo estratégico para fortalecer a capacidade diagnóstica da Rede de Laboratórios de Saúde Pública e preparar o país para futuras emergências sanitárias e pandemias. O assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Alessandro Chagas, ressaltou o papel dos Laboratórios de Fronteira.
“Nesses dois dias reforçaremos o papel estratégico que têm os Laboratórios de Fronteira e a importância que tem o laboratório pra fazer vigilância em qualquer país, não só no Brasil”, ressaltou.
O Projeto PROTECT – Otimização da Resposta a Pandemias por meio de Comunidades e Territórios Engajados na Bacia Amazônica tem o objetivo de fortalecer a detecção precoce e a resposta a ameaças de saúde pública, sobretudo em áreas vulneráveis, como fronteiras, comunidades indígenas e ribeirinhas.
Uma das frentes é a modernização dos sistemas laboratoriais. Técnicos da OPAS e da Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) do Ministério da Saúde do Brasil visitaram unidades em sete estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Rio Grande do Sul. As visitas ajudaram a mapear capacidades, identificar lacunas e propor estratégias de vigilância para patógenos prioritários.
Por meio do PROTECT, o país está avançando na descentralização de testes moleculares, como os de sarampo na região Norte, e no treinamento de municípios para garantir a coleta e envio de amostras para testagem para agentes epidêmicos, como arbovírus e vírus respiratórios.
Para a coordenadora de Imunização da OPAS e da OMS no Brasil, Lely Guzmán, os laboratórios são peça-chave nesse processo. Ela destacou que o avanço traz desafios complexos, mas também abre oportunidades.
“O compromisso aqui é muito grande. É por meio deles [dos laboratórios] que conseguimos avançar em iniciativas estratégicas que o Brasil tem implementado, como a Iniciativa de Eliminação de Doenças Transmissíveis e na preparação para resposta a futuras pandemias”, disse.
Ao preparar a rede de laboratórios para acelerar diagnósticos e ampliar o acesso a exames, o PROTECT garante que equipes de saúde atuem no momento certo. Isso evita a propagação de doenças e assegura que populações em áreas remotas tenham o mesmo cuidado disponível nos grandes centros urbanos.
