São Paulo, Brasil, 21 de agosto de 2025 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reuniu em São Paulo especialistas regionais em vigilância, virologia, clínica, genética e malformações congênitas da Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Cuba, Costa Rica e Nicarágua, junto com equipes técnicas da BIREME, da Representação da OPAS no Brasil e da sede da OPAS/OMS em Washington, D.C. (PHE, HSS e CDE). O encontro interprogramático, realizado de 20 a 21 de agosto de 2025, teve como objetivo principal avançar na definição de diretrizes para a vigilância integrada da transmissão vertical do vírus Oropouche (OROV) e revisar as evidências disponíveis sobre anomalias congênitas associadas.
A atividade faz parte dos esforços da OPAS para responder à emergência regional por Oropouche, que registrou, entre as semanas epidemiológicas 1 e 30 de 2025, um total de 12.786 casos confirmados em onze países das Américas. Em 2024, foram notificados 16.239 casos confirmados, incluindo quatro óbitos, o que confirma a expansão sustentada desse arbovírus na Região.
Principais resultados da reunião
Entre os principais resultados da reunião, os especialistas discutiram e consensuaram uma definição de caso de transmissão vertical do OROV, considerando critérios clínicos, laboratoriais e de imagem. Também foram revisados os critérios de inclusão para a identificação e o acompanhamento de gestantes com infecção por Oropouche e de recém-nascidos com sinais compatíveis com síndrome congênita. Ainda, foram propostas diretrizes para a coleta de amostras biológicas-chave, como placenta, cordão umbilical, soro neonatal e tecidos fetais. Durante o encontro, os especialistas também apresentaram experiências nacionais de vigilância de populações em risco e de acompanhamento de recém-nascidos expostos, e analisaram os desafios para articular a vigilância de Oropouche com a de outros arbovírus e malformações congênitas.
Continuidade dos esforços regionais
Esta reunião deu continuidade à primeira atividade regional realizada em fevereiro de 2025, na qual os países e especialistas definiram as prioridades de pesquisa sobre OROV. Em São Paulo, avançou-se na construção de diretrizes técnicas para a vigilância da transmissão vertical e no planejamento de estudos de coorte, que permitirão avaliar complicações fetais e neurológicas em médio prazo.
Próximos passos
As equipes participantes acordaram em fortalecer a cooperação técnica em arboviroses e avançar na implementação de protocolos padronizados para a identificação precoce de casos suspeitos, o acompanhamento de gestantes e recém-nascidos, e a integração das redes de laboratório na Região. Com essas ações, a OPAS e seus Estados Membros reafirmam o compromisso de enfrentar de maneira coordenada a ameaça emergente do vírus Oropouche e proteger as populações mais vulneráveis.
