No dia 27 de novembro de 2012, em uma coletiva de imprensa,
o Ministro Alexandre Padilha, acompanhado pelo secretário de Vigilância em
Saúde, Jarbas Barbosa; presidente do CONASS, Wilson Alecrim; secretário
executivo do CONASEMS, José Ênio; Coordenador Nacional do Programa da Dengue,
Giovanini Coelho; anunciou os novos dados da dengue no Brasil até a 46ª semana
epidemiológica (17 de janeiro de 2012).
Segundo os dados divulgados, foram notificados 565.510 casos
no país. Deste total, 3.774 foram confirmados como casos graves e 247 óbitos.
Comparando esses resultados com igual período de 2011, o que se nota é uma
redução de 22% nos casos notificados (727.803 casos em 2011), 64% nos casos
graves confirmados (3.774 casos graves confirmados em 2011) e 49% nos óbitos
(481 em 2011).
As regiões Sudeste e Nordeste lideram em número notificações, com 241.902 casos e 222.432, respectivamente, o que equivale a 82% dos casos notificados no país. Nas demais regiões foram notificados os seguintes números: Centro-Oeste (58.441) , Norte (38.391) e Sul (4.344).
Os dados detalhados de casos, casos graves e óbitos são apresentados na tabela 1 e 2 respectivamente.
Tabela 1. Número de casos e incidência por região e estado, Brasil, 2011-2012*
UF |
|||||
Casos |
Variação |
Incidência | |||
2011 |
2012 |
% |
2011 |
2012 | |
Norte |
112.907 |
38.391 |
-66 |
711,7 |
242,0 |
RO |
2.910 |
2.523 |
-13 |
186,3 |
161,5 |
AC |
18.205 |
1.884 |
-90 |
2481,7 |
256,8 |
AM |
61.130 |
4.125 |
-93 |
1754,6 |
118,4 |
RR |
1.236 |
1.930 |
56 |
274,4 |
428,4 |
PA |
16.953 |
15.544 |
-8 |
223,6 |
205,0 |
AP |
2.745 |
1.036 |
-62 |
410,0 |
154,7 |
TO |
9.728 |
11.349 |
17 |
703,2 |
820,3 |
Nordeste |
186.954 |
222.432 |
19 |
352,2 |
419,0 |
MA |
11.427 |
5.463 |
-52 |
173,8 |
83,1 |
PI |
10.032 |
12.048 |
20 |
321,7 |
386,4 |
CE |
62.034 |
54.591 |
-12 |
733,9 |
645,9 |
RN |
22.866 |
27.230 |
19 |
721,8 |
859,5 |
PB |
12.370 |
8.773 |
-29 |
328,4 |
232,9 |
PE |
19.159 |
33.487 |
75 |
217,8 |
380,7 |
AL |
8.181 |
27.743 |
239 |
262,2 |
889,1 |
SE |
3.320 |
4.444 |
34 |
160,5 |
214,9 |
BA |
37.565 |
48.653 |
30 |
268,0 |
347,1 |
Sudeste |
347.401 |
241.902 |
-30 |
432,3 |
301,0 |
MG |
36.980 |
23.771 |
-36 |
188,7 |
121,3 |
ES |
37.985 |
9.846 |
-74 |
1080,7 |
280,1 |
RJ |
161.302 |
179.518 |
11 |
1008,8 |
1122,7 |
SP |
111.134 |
28.767 |
-74 |
269,3 |
69,7 |
Sul |
33.698 |
4.344 |
-87 |
123,0 |
15,9 |
PR |
33.180 |
4.057 |
-88 |
317,7 |
38,8 |
SC |
155 |
106 |
-32 |
2,5 |
1,7 |
RS |
363 |
181 |
-50 |
3,4 |
1,7 |
Centro-Oeste |
46.843 |
58.441 |
25 |
333,2 |
415,7 |
MS |
7.611 |
6.088 |
-20 |
310,8 |
248,6 |
MT |
5.170 |
29.910 |
479 |
170,3 |
985,5 |
GO |
30.925 |
21.045 |
-32 |
515,1 |
350,5 |
DF |
3.137 |
1.398 |
-55 |
122,1 |
54,4 |
Total |
727.803 |
565.510 |
-22 |
381,5 |
296,5 |
*análise realizada entre 1º de janeiro a 17 novembro 2011/2012
Tabela 2. Comparativo dos casos graves e óbitos confirmados por dengue no Brasil, 2011-2012*
UF/REGIÃO/PAÍS |
Casos graves |
% |
Óbitos |
% | ||
2011 |
2012 |
2011 |
2012 | |||
Rondônia |
32 |
13 |
-59% |
3 |
1 |
-67% |
Acre |
31 |
2 |
-94% |
2 |
0 |
-100% |
Amazonas |
273 |
12 |
-96% |
16 |
3 |
-81% |
Roraima |
17 |
1 |
-94% |
1 |
0 |
-100% |
Pará |
195 |
84 |
-57% |
20 |
4 |
-80% |
Amapá |
41 |
12 |
-71% |
0 |
0 |
0% |
Tocantins |
50 |
40 |
-20% |
4 |
5 |
25% |
Norte |
639 |
164 |
-74% |
46 |
13 |
-72% |
Maranhão |
157 |
44 |
-72% |
19 |
11 |
-42% |
Piauí |
65 |
37 |
-43% |
2 |
5 |
150% |
Ceará |
640 |
213 |
-67% |
62 |
32 |
-48% |
Rio Grande do Norte |
577 |
288 |
-50% |
17 |
7 |
-59% |
Paraíba |
206 |
137 |
-33% |
8 |
9 |
13% |
Pernambuco |
596 |
178 |
-70% |
25 |
15 |
-40% |
Alagoas |
70 |
123 |
76% |
8 |
8 |
0% |
Sergipe |
78 |
43 |
-45% |
5 |
1 |
-80% |
Bahia |
334 |
232 |
-31% |
16 |
29 |
81% |
Nordeste |
2.723 |
1.295 |
-52% |
162 |
117 |
-28% |
Minas Gerais |
207 |
69 |
-67% |
18 |
10 |
-44% |
Espírito Santo |
1.832 |
408 |
-78% |
19 |
9 |
-53% |
Rio de Janeiro |
3.783 |
891 |
-76% |
132 |
36 |
-73% |
São Paulo |
506 |
86 |
-83% |
55 |
12 |
-78% |
Sudeste |
6.328 |
1.454 |
-77% |
224 |
67 |
-70% |
Paraná |
228 |
16 |
-93% |
14 |
1 |
-93% |
Santa Catarina |
1 |
0 |
-100% |
0 |
0 |
0% |
Rio Grande do Sul |
1 |
0 |
-100% |
0 |
0 |
0% |
Sul |
230 |
16 |
-93% |
14 |
1 |
-93% |
Mato Grosso do Sul |
128 |
94 |
-27% |
2 |
5 |
150% |
Mato Grosso |
46 |
180 |
291% |
5 |
16 |
220% |
Goiás |
406 |
568 |
40% |
27 |
28 |
4% |
Distrito Federal |
7 |
3 |
-57% |
1 |
0 |
-100% |
Centro-Oeste |
587 |
845 |
44% |
35 |
49 |
40% |
Brasil |
10.507 |
3.774 |
-64% |
481 |
247 |
-49% |
*análise realizada entre 1º de janeiro a 17 novembro 2011/2012
O Ministério da Saúde também analisou e classificou os dez municípios, com população acima de 100.000 habitantes, onde houve o maior registro de incidência da doença, sendo três deles no estado do Rio de Janeiro e cinco na Região Nordeste. Confira na tabela abaixo:
Tabela 3. Número de casos e incidência nas 10 cidades com população acima de 100mil habitantes que concentram mais casos, Brasil, 2012*
UF |
Município |
2011 |
2012 | ||
Casos |
Incidência |
Casos |
Incidência | ||
RJ |
Rio de Janeiro |
73.112 |
1156.75 |
134.720 |
2131.5 |
CE |
Fortaleza |
33.936 |
1383.91 |
39.187 |
1598.0 |
AL |
Maceió |
2.462 |
263.95 |
13.729 |
1471.9 |
RN |
Natal |
9.578 |
1191.68 |
12.057 |
1500.1 |
RJ |
São Gonçalo |
5.695 |
569.65 |
9.919 |
992.2 |
PE |
Recife |
4.039 |
262.66 |
9.602 |
624.4 |
MT |
Cuiabá |
965 |
175.10 |
8.751 |
1587.9 |
GO |
Goiânia |
12.346 |
948.23 |
8.693 |
667.7 |
PI |
Teresina |
5.348 |
656.82 |
7.039 |
864.5 |
RJ |
Niterói |
5.258 |
1078.43 |
6.461 |
1325.2 |
*análise realizada entre 1º de janeiro a 17 novembro 2012
As atividades de vigilância epidemiológica em 2012, destacam o predomínio da circulação do sorotipo DENV 4 no país, presente em 63% das amostras positivas para a doença. Foi constatada, porém, uma circulação importante do tipo DENV 1 em 32,9%. Esse cenário, associado às condições ambientais, permite a manutenção do mosquito Aedes aegypti em nossas cidades e alerta para a possibilidade de persistência da transmissão no verão de 2012. Clique aqui e acesse o boletim do Ministério da Saúde na integra.
Foram também apresentados os dados de infestação pelo Aedes aegypti, resultado do Levantamento de Índices Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) realizado por 1.239 cidades. Este levantamento revelou que deste total 77 municípios estão em situação de risco para a dengue e 375 em situação de alerta, outras 787 apresentaram situação satisfatória. Clique aqui e acesse os dados na integra.
Houve também o lançamento da "Campanha Nacional de Combate à Dengue de 2012/2013" que traz um novo olhar sobre a forma de lidar com a doença. Uma mensagem mais direta à população busca promover a mudança de comportamento, alertar sobre a gravidade da doença para que as pessoas eliminem os criadouros do mosquito em suas casas.
Com o slogan “Dengue é fácil combater, só não pode esquecer”, o objetivo da primeira fase (até o final de dezembro) é mobilizar a população a praticar medidas simples de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. Na segunda fase, a partir de janeiro, o foco é reconhecer os sinais e sintomas da doença e quais as principais medidas que devem ser adotadas pela população, em caso de suspeita.
A campanha educativa é dirigida a população em geral, gestores, lideranças comunitárias, empresários, movimentos sociais, religiosos, profissionais e agentes de saúde, professores e crianças As ações de comunicação do Ministério da Saúde são desenvolvidas com base em dois cenários: período não epidêmico e período epidêmico.
Clique aqui e acesse a "Campanha Nacional de Combate à Dengue de 2012/2013"
A Representação da OPAS/OMS no Brasil, em articulação com as instâncias de gestão do SUS, tem realizado ao longo desse período uma série de ações que visaram impactar na transmissão de dengue no país e evitar os óbitos por esta enfermidade, dentre as quais podemos destacar:
- Apoio as ações de vigilância e prevenção e controle da
dengue por meio do 62º termo de cooperação OPAS/OMS junto as esferas de gestão do SUS;
- Manutenção de um consultor nacional para dengue, por meio do 62º termo de cooperação OPAS/OMS e Ministério da Saúde – “Prevenção e controle da dengue no contexto da gestão integrada”;
- Apoio à aquisição de insumos (inseticidas e kits diagnósticos), por meio do fundo rotatório da OPAS/OMS, destinados as ações de prevenção e controle do Programa Nacional de Controle da Dengue;
Fonte e fotos: Ministério da Saúde