Semana Interamericana da Saúde Mental: OPAS e OEA unem esforços para difundir informações e estratégias sobre saúde mental nas Américas

Art for Inter-American Mental Health Week

Diretor da OPAS pede que países priorizem saúde mental de crianças e adolescentes. Organização lança curso virtual para melhorar o atendimento em saúde mental dessa população.

Washington D.C., 9 de outubro de 2025 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) se uniu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para celebrar a primeira Semana Interamericana da Saúde Mental, que será realizada durante a segunda semana de outubro.

A semana de atividades integra a estratégia geral da OPAS e tem como tema central “Empoderar, Conectar, Cuidar: Fortalecendo a Saúde Mental da Infância e da Juventude nas Américas.”

As delegações da OEA apoiam diversas atividades durante a Semana Interamericana da Saúde Mental, entre elas um seminário virtual realizado na quarta-feira, 8 de outubro, no qual uma especialista do Centro Colaborador da Universidade do Chile apresentou uma visão regional sobre o estado dos serviços de saúde mental voltados para crianças e adolescentes na atenção primária.

Um workshop regional, programado para quinta-feira, 9 de outubro e coorganizado pela OPAS e pela OEA, foi dedicado a fortalecer a capacidade de resposta a emergências em saúde mental por meio dos sistemas de chamadas de emergência.

“Esta colaboração regional reflete um compromisso compartilhado para enfrentar os desafios da saúde mental com uma abordagem baseada em direitos, centrada no paciente, e para promover iniciativas comunitárias em todo o hemisfério”, declarou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, durante o lançamento do evento.

Embora crianças e adolescentes representem aproximadamente 30% da população das Américas, suas necessidades em saúde mental continuam amplamente desatendidas. Entre jovens de 15 a 24 anos, a depressão e a ansiedade são as principais causas de anos vividos com incapacidade, e o suicídio é a terceira causa de morte, o que evidencia uma crise de saúde pública urgente e prevenível.

“Infelizmente, muitas crianças e adolescentes na Região das Américas enfrentam desafios diários graves, como violência, bullying, discriminação, pobreza, emergências sanitárias e desastres ambientais, o que aumenta o risco de desenvolver transtornos mentais”, explicou Barbosa.

Fortalecer a capacidade de detecção precoce

Na quarta-feira (8/10), a OPAS lançou o curso virtual “Melhorando a saúde mental de crianças e adolescentes na atenção primária” (em espanhol), voltado ao fortalecimento da identificação e do atendimento dos transtornos mentais nessa população em toda a Região.

O curso virtual é destinado a profissionais de saúde que não são especialistas em saúde mental infantil e adolescente. Ele responde à necessidade urgente de detectar e manejar precocemente as condições de saúde mental que geralmente começam na infância.

Hospedado no Campus Virtual de Saúde Pública da OPAS, o curso busca fortalecer a capacidade dos serviços de saúde para responder de forma eficaz e oportuna às necessidades dessa população. O programa de autoaprendizagem oferece 10 módulos que abrangem temas como ansiedade, depressão, trauma, uso de substâncias, transtornos do desenvolvimento, TDAH, autismo e prevenção do suicídio.

Reduzir o risco, fortalecer a resiliência

A Semana Interamericana da Saúde Mental e o novo curso fazem parte dos esforços mais amplos da OPAS para fortalecer os sistemas de saúde mental. No marco da estratégia para melhorar a saúde mental e prevenir o suicídio na Região das Américas, ações-chave como a intervenção precoce e a promoção da saúde mental em escolas e comunidades podem reduzir fatores de risco e fomentar a resiliência.

“Precisamos fazer melhor — e o momento de agir é agora. Chamo todos os países e territórios da Região a tornarem a saúde mental infantil e adolescente uma prioridade nacional. Isso inclui promover habilidades sociais e emocionais, capacitar os profissionais de saúde para identificar e manejar condições de saúde mental na atenção primária e garantir que escolas e comunidades ofereçam apoio psicossocial e fortaleçam as habilidades para a vida”, concluiu Barbosa.