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A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. O bacilo se reproduz muito lentamente e o período médio de incubação e início dos sinais e sintomas da doença é de aproximadamente cinco anos. Os sintomas iniciais são manchas claras ou escuras, ou nódulos na pele que resultam em lesões cutâneas e perda de sensibilidade na área afetada. Outros sintomas são fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no início dos sinais e sintomas, a doença pode causar incapacidades progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade das extremidades e até cegueira.
A doença afeta principalmente a pele, os nervos, a mucosa das vias respiratórias superiores e os olhos. O aparecimento dos primeiros sintomas pode variar de meses a anos, após adquirir a infecção. A hanseníase não é altamente infecciosa e é transmitida por meio de contato próximo e frequente com pessoas com a doença ativa, que ainda não iniciaram o tratamento. A doença tem cura e o tratamento oferecido reduz consideravelmente as chances de incapacidade.
Atualmente, o tratamento da hanseníase é gratuito (doado pela Novartis via OMS) e simples. A maioria dos países endêmicos tem empenhado esforços para integrar os serviços de atenção à hanseníase aos serviços de saúde existentes.
- Em 2023, 182.815 novos casos de hanseníase foram notificados no mundo, sendo 13,6% deles nas Américas, onde mais de 90% dos casos ocorreram no Brasil.
- Em 2018, foram notificados 30.957 casos de hanseníase nas Américas, número que diminuiu para 29.936 em 2019. Em 2020, o número de casos detectados caiu para 19.195, uma redução de 35,9% em relação ao ano anterior, atribuída ao impacto da pandemia de COVID-19. O número de novos casos detectados em 2021 aumentou ligeiramente para 19.826 (631 casos a mais do que em 2020). Em 2022, os casos aumentaram para 21.398 e a tendência de alta continuou em 2023, chegando a um total de 24.773 casos.
- Em 2023, de 49 países e territórios, um total de 24.773 novos casos de hanseníase foram notificados em 27 países. Destes, 92% (22.773 casos) ocorreram no Brasil. Outros países com um número significativo de novos casos naquele ano foram Venezuela (338), Colômbia (267), Paraguai (288), Argentina (134), Cuba (142), México (121) e República Dominicana (87).
- Pessoas afetadas pela hanseníase são frequentemente vítimas de discriminação e estigma. Isso tem efeitos negativos no acesso ao diagnóstico, nos resultados do tratamento e nos resultados da atenção, além de violações de direitos civis, políticos e sociais. Acabar com a discriminação, estigma e preconceito é essencial para acabar com a hanseníase.
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- Desde 1992, a OPAS/OMS promove o Plano de Ação Regional para a Eliminação da Hanseníase nas Américas para a cobertura de tratamento com poliquimioterapia. Desde 2001, a cobertura é quase universal. A Organização fornece o medicamento gratuitamente a todas as pessoas que precisam por meio de doações da Fundação Novartis para o Desenvolvimento Sustentável.
- Em 2009, os Estados Membros da OPAS/OMS, por meio da resolução CD49.R19, comprometeram-se com a meta de eliminar a hanseníase como problema de saúde pública, no primeiro nível subnacional para 2015. Em 2012, a Organização formulou o “Plano de Ação para Acelerar a Eliminação da Hanseníase na América Latina e no Caribe”, conseguindo uma redução na prevalência desta doença para menos de um caso por 10 mil habitantes.
- A Resolução A/RES/65/215 para a “Eliminação da Discriminação contra Pessoas Afetadas pela Hanseníase e suas Famílias” foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2010 com o objetivo de fomentar a formulação e implementação de políticas e medidas para prevenir a discriminação contra pessoas afetadas pela hanseníase e suas famílias.
- Em 2016, o Conselho Diretor da OPAS/OMS aprovou a Resolução CD55.R9, que inclui a implementação do “Plano para a eliminação das doenças infecciosas negligenciadas”, incluindo a hanseníase.
- A OMS desenvolveu a Estratégia Global contra a Hanseníase 2016-2020, que proporciona orientação aos gestores de programas nacionais de hanseníase para que empreendam ações para reduzir a carga da doença, em colaboração com vários setores, incluindo organizações que trabalham pelos direitos humanos e pela igualdade de gênero.
- Em 2018, a OMS publicou diretrizes para o diagnóstico, tratamento e prevenção da hanseníase. Esses documentos fornecem os conhecimentos e evidências mais recentes, com base em uma abordagem de saúde pública em países endêmicos.
Esta é uma das 30 condições que a Iniciativa de Eliminação se propõe a eliminar na Região das Américas até 2030.