Fabricação regional de vacinas reforça preparação para pandemias nas Américas

Produção de vacinas

Dado que as sublinhagens BA.4 e BA.5 da variante Ômicron impulsionam a maioria das novas infecções por COVID-19 e diante da probabilidade de emergência de outras doenças no futuro, o aumento da produção médica regional é fundamental para salvar vidas, afirma diretora da OPAS

Washington D.C., 13 de julho de 2022 (OPAS) – À medida que as sublinhagens BA.4 e BA.5 da variante Ômicron impulsionam uma nova onda de infecções por COVID-19 nas Américas e os casos de varíola dos macacos continuam aumentando, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países que trabalhem juntos para atender à crescente demanda por vacinas, medicamentos e outros equipamentos médicos na região.

O surgimento de sublinhagens da variante Ômicron é “mais um lembrete de que o vírus continua evoluindo toda vez que é transmitido e que devemos permanecer vigilantes”, afirmou a diretora da OPAS durante coletiva de imprensa.

“A capacidade de fabricação continuará sendo extremamente necessária em nossa região para ajudar a lidar com a COVID-19 e outros patógenos. É provável que haja surtos de outras doenças que exigirão que desenvolvamos e implementemos rapidamente novas vacinas, diagnósticos e medicamentos para combatê-los”, acrescentou.

Etienne destacou que, no início da pandemia de COVID-19, a região lutava para atender à crescente demanda por medicamentos, diagnósticos e equipamentos de proteção individual, com muitos países contando com importações para proteger suas populações. Quando as vacinas contra COVID-19 foram lançadas, os países também lutaram “para garantir suprimentos”.

“Devemos estar melhor preparados para o futuro”, disse a diretora da OPAS, anunciando um plano de três etapas para trabalhar com países e doadores internacionais para reforçar a capacidade regional de fabricar vacinas e dispositivos médicos.

A primeira fase se concentrará nos esforços para fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento na América Latina e no Caribe, particularmente na área de desenvolvimento de vacinas de mRNA.

A Plataforma regional para o avanço na produção de vacinas e outras tecnologias de saúde para a COVID-19 nas Américas, lançada no ano passado, tem como objetivo formar e apoiar empresas locais na utilização da tecnologia de vacinas de mRNA. Até agora, a Sinergium Biotech, da Argentina, e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), do Brasil, estão participando desta iniciativa.

A segunda fase se concentra no desenvolvimento de um sólido sistema regulatório regional para garantir que as novas ferramentas médicas sejam seguras e eficazes.

Para a terceira fase, a OPAS está trabalhando com parceiros regionais e internacionais para criar um roteiro compartilhado e melhorar a produção de tecnologia de saúde nas Américas, incluindo parcerias com a União Europeia para fortalecer a capacidade da região para o desenvolvimento de produtos médicos.

“Todos esses esforços combinados têm o potencial de transformar a forma como nossa região desenvolve e fabrica produtos de saúde, especialmente ferramentas altamente sofisticadas, como vacinas”, ressaltou a diretora da OPAS.

No entanto, Etienne alertou que a melhoria da capacidade de fabricação por si só “não é suficiente para garantir o acesso” e que os mecanismos de aquisição conjunta da OPAS, como o Fundo Rotatório, serão essenciais para garantir que vacinas e outras tecnologias de saúde estejam disponíveis para todos na região.

O Fundo Rotatório mostra o “impacto que podemos ter quando alavancamos nossa história de solidariedade e colaboração”, disse a diretora da OPAS. Com esse mesmo espírito, podemos aumentar a capacidade de produção médica de nossa região para “salvar e proteger ainda mais vidas”.

Voltando-se à situação da COVID-19 na região, Etienne informou que os países notificaram aproximadamente 1,6 milhão de casos e 4,8 mil mortes na semana passada – uma queda de 0,9% e 3,5%, respectivamente.

A América Central registrou um aumento de casos de 54,9% e a América do Sul registrou um crescimento de 2%.

No Caribe, os casos caíram 5,2% e, na América do Norte, houve um declínio de 4,5%.