OPAS apoia estado do Amazonas com orientações sobre uso de concentradores de ar na assistência a casos de COVID-19

A consultora da OPAS Ho Yeh Li explicou que o equipamento pode ser utilizado em pacientes com quadro de internação leve a moderado

Brasília, 19 de janeiro de 2021 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apresentou nesta terça-feira (19), em apoio ao governo estadual do Amazonas, as possibilidades de uso de concentradores de oxigênio para tratamento de pacientes com COVID-19 em hospitais e enfermarias na capital, Manaus, e em unidades do interior do estado.

Esses equipamentos operam extraindo ar do ambiente para fornecer oxigênio contínuo, limpo e concentrado para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e, em concentrações mais elevadas, para hipoxemia crônica grave e edema pulmonar. O uso dos concentradores de oxigênio é uma estratégia custo-efetiva, especialmente quando cilindros de oxigênio e sistemas de oxigênio encanado estejam indisponíveis no momento.

A consultora da OPAS Ho Yeh Li tratou do tema durante reunião do Comitê de Resposta Rápida do Amazonas para enfrentamento da doença causada pelo coronavírus 2019. “Conhecendo a situação logística do estado do Amazonas, em que, dependendo da época sazonal, há dificuldade de transporte fluvial ou transporte aéreo, é um equipamento que com certeza será de grande utilidade. E o melhor de tudo, [será possível] transportar só uma vez, não precisa transportar de novo. Esse equipamento, na situação em que o Amazonas está, poderá salvar muitas vidas”, avaliou.

O equipamento também é recomendado para assistência domiciliar, após a desospitalização de pessoas acometidas pela COVID-19 que ainda necessitam de algum suporte de oxigênio. Na apresentação ao Comitê, a consultora da OPAS explicou que o equipamento pode ser utilizado em pacientes com quadro de internação leve a moderado, mas a mesma recomendação não é aplicada a pacientes internados em estado grave, que necessitam de maior fluxo de oxigênio com respiradores pulmonares.

Maria Almiron, coordenadora de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, destacou que a Organização Pan-Americana da Saúde tem apoiado as equipes do estado do Amazonas e município de Manaus em diversas áreas, como vigilância, assistência, organização da rede de atenção à saúde e vacinação, buscando também aprimorar a avaliação de risco e a análise de dados.

“Estamos trabalhando para salvar vidas, com o apoio a ações de prevenção e controle de infecções hospitalares, tentando descomprimir o fluxo de pacientes e otimizar o uso de insumos, incluindo o oxigênio hospitalar. Estamos também trabalhando paralelamente para facilitar a compra de medicamentos e a logística de distribuição da vacina contra COVID-19”, afirmou Maria Almiron.

Situação nas Américas

Também nesta sexta-feira a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, demonstrou preocupação com a situação de Manaus e outras localidades na região das Américas. “Em toda a nossa região, especialmente na América do Norte e do Sul, muitos hospitais estão operando com sua capacidade máxima ou muito próxima do máximo. Os relatos de Manaus, no Brasil, ilustram o que acontece quando um sistema de saúde não consegue lidar com a velocidade de novas infecções. Mas não é só Manaus que está em risco. Recebemos relatos de racionamento de oxigênio em alguns locais nos Estados Unidos da América e no Peru”, disse.

Etienne citou ainda que, na Cidade do México, a maioria dos leitos é ocupada por pacientes com COVID-19 e que a capacidade hospitalar continua a ser desafiada em países como Chile, Argentina e Uruguai. “No Caribe, a primeira semana de 2021 viu o maior número de casos registrados desde o início da pandemia”, ressaltou.

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