Diretora da OPAS pede que se intensifique resposta de saúde no Haiti ante a rápida deterioração da situação por COVID-19

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A OPAS apoia o país na entrega de vacinas, acesso a testes diagnósticos e EPIs para profissionais de saúde. Em outras partes do Caribe e da América Latina, a pandemia acelera

Washington, DC, 2 de junho de 2021 (OPAS) – A Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, alertou que a resposta à COVID-19 no Haiti deve ser ampliada drasticamente para enfrentar novos casos, hospitalizações e mortes que estão em forte escalada nas últimas semanas.

“Chamamos parceiros e organizações que trabalham no Haiti para reforçar urgentemente a resposta à COVID-19”, afirmou Etienne na coletiva de imprensa semanal da OPAS. “O país precisará de capacidade adicional de saúde, bem como de apoio para adotar as medidas preventivas necessárias para conter a transmissão. Ambos serão decisivos nas próximas semanas. Não há tempo a perder."

A OPAS está trabalhando com o Ministério da Saúde Pública e População do Haiti para ampliar o atendimento às pessoas infectadas e aumentar o fornecimento de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde. A OPAS também colabora para reduzir a transmissão por meio do aumento de testes, o que permite a identificação e a quarentena de pessoas infectadas.

A OPAS também facilitará a próxima entrega das primeiras doses da vacina Oxford/AstraZeneca ao Haiti. Os imunizantes foram adquiridos por meio do mecanismo COVAX, a aliança global para garantir a distribuição equitativa das vacinas contra a COVID-19.

“Uma prioridade alta é oferecer vacinação a todos os profissionais de saúde da linha de frente com mais de 18 anos de idade”, disse Etienne.

A diretora da OPAS explicou que o aumento da transmissão é provavelmente alimentado por duas variantes de preocupação (B 1.1.7 e P1) e porque as medidas de saúde pública estão “sendo amplamente ignoradas pela população em geral. A situação que vemos no Haiti é uma história que adverte sobre a rapidez com que as coisas podem mudar com este vírus.”

Voltando-se às condições no restante do Caribe e na América Latina, Etienne relatou que os casos e mortes em rápido aumento quase dobraram nos primeiros cinco meses do ano. “O pensamento positivo não resolverá esta crise. Precisamos de ação.”

Etienne disse que as lideranças regionais devem se unir para deter o vírus. “Esta pandemia nos ensinou repetidamente que a liderança determina a eficácia da resposta de um país. Infelizmente, em nossa região, vimos desinformação sobre COVID-19 semear dúvidas sobre medidas de saúde comprovadas, muitas vezes no contexto de disputas políticas.”

O acesso às vacinas precisa aumentar urgentemente, segundo a diretora da OPAS. O COVAX já entregou 17,6 milhões de doses para a região, mas a quantidade não chega nem perto do que é necessário. Alguns países de baixa renda estão lutando para cobrir até mesmo seus profissionais de saúde e as populações mais vulneráveis, acrescentou.

“Vacinas eficazes são um farol de esperança nesta crise e devemos fazer tudo que está ao nosso alcance para garantir mais doses para todas as nações das Américas”, afirmou Etienne. “A solidariedade regional, incluindo a doação de doses de vacinas, será a chave para nos ajudar a superar a atual escassez de oferta”, continuou.

De acordo com Etienne, todos devem aderir às medidas de saúde pública, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos. “O aumento da mobilidade entre os países e o relaxamento das medidas criaram o ‘ambiente perfeito’ para a propagação do vírus e suas variantes.”

“A OPAS está fazendo e continuará fazendo sua parte para apoiar a resposta à pandemia nas Américas, com base na ciência e na solidariedade”, disse Etienne. “Mas não podemos fazer isso sozinhos. Precisamos de líderes para priorizar as decisões necessárias e impedir este vírus em seu caminho.”

A diretora da OPAS também abordou o número de vítimas da pandemia na semana passada. Os casos e mortes começaram a aumentar na América Central e do Sul e no Caribe depois de estagnar ou diminuir por semanas.

A América Central registra o maior número de mortes. As infecções estão aumentando no Panamá, Belize e El Salvador, onde os novos casos dobraram nos últimos sete dias.

Na América do Sul, a Colômbia está notificando a maior taxa de infecções da América do Sul. O Brasil também está observando um aumento nas novas infecções e hospitalizações. Uruguai, Argentina e Chile continuam notificando um aumento nos casos.

Muitas ilhas do Caribe, incluindo São Martinho, Trinidad e Tobago e República Dominicana, estão registrando surtos de infecções.

Na última semana, os países das Américas notificaram 1,1 milhão de novos casos de COVID-19 e mais de 25 mil mortes pela doença.