OPAS e CAF assinam acordo para fortalecer resposta à malária em regiões de fronteira da Amazônia

Programas de controle da malária

Washington D.C., 22 de abril de 2025 - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) assinaram nesta terça-feira (22/4) um memorando de entendimento para fortalecer as atividades de controle da malária nas áreas de fronteira da região amazônica nos países das Américas.

O objetivo do acordo é abordar algumas das principais barreiras para alcançar a eliminação da malária nas áreas de fronteira da região, fortalecendo também a troca de experiências entre os países.

“A OPAS celebra esta colaboração com o CAF para garantir que todas as populações das Américas se beneficiem dos mais recentes avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento da malária”, afirmou Jarbas Barbosa, diretor da OPAS. “Trabalhar em áreas de fronteira é fundamental para combater a malária em nível regional e promover os objetivos da Iniciativa de Eliminação de Doenças.”

Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, e Sergio Díaz-Granados, presidente executivo do CAF, assinam acordo.
Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, e Sergio Díaz-Granados, presidente executivo do CAF, assinam acordo.

“No CAF, estamos comprometidos com a promoção do desenvolvimento sustentável e a melhora da qualidade de vida na região”, disse Sergio Díaz-Granados, presidente executivo do Banco. "Esta parceria com a OPAS representa um passo fundamental para abordar as inequidades em saúde nas comunidades vulneráveis ao longo da fronteira amazônica, garantindo que ninguém seja deixado para trás na luta contra a malária."

A cooperação entre ambas as organizações terá foco nas seguintes iniciativas:

  • Identificar os principais obstáculos para garantir diagnóstico e tratamento oportunos da malária
  • Capacitar profissionais de saúde comunitários e profissionais da atenção primária na utilização de testes de diagnóstico rápido
  • Expandir as redes locais de detecção, diagnóstico e resposta
  • Realizar atividades de participação comunitária
  • Fortalecer o intercâmbio de informações epidemiológicas entre os países nas zonas fronteiriças

Quando o assunto é eliminar a malária, as áreas de fronteira dos países amazônicos constituem um dos maiores desafios das Américas. Isso se deve principalmente às dificuldades de acesso a algumas das populações indígenas mais remotas, bem como aos altos níveis de mobilidade populacional e aos desafios de coordenar ações conjuntas entre os países.

As populações indígenas da Amazônia estão entre as mais afetadas pela malária. Em 2023, 31% de todos os casos de malária e 41% das mortes ocorreram entre esses grupos.

A malária é uma doença febril aguda causada pelo parasita Plasmodium, que é transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e calafrios, que podem ser leves. Se não for tratada, a malária pode evoluir para doença grave e até mesmo morte.

Os casos de malária nas Américas ocorrem principalmente em países sul-americanos com uma alta carga da doença, onde comunidades indígenas e populações migrantes são as mais afetadas. Em 2023, os países da região notificaram mais de 505 mil casos de malária, aproximadamente 70% dos quais foram detectados em territórios da bacia amazônica compartilhados por oito países.

A malária é uma das doenças abordadas pela Iniciativa de Eliminação de Doenças da OPAS, que busca eliminar da Região mais de 30 doenças e condições relacionadas até 2030.