Diagnóstico precoce do HIV pode reduzir mortes relacionadas à Aids na América Latina e no Caribe, destaca OPAS

Women surrounded by a red ribbon

Um terço das pessoas com HIV é diagnosticado tardiamente, muitas vezes com doença avançada. Às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids 2025, a OPAS chama a ampliar o acesso a testes, tratamento e prevenção na Região.

Washington D.C., 28 de novembro de 2025 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) chama os países das Américas a intensificarem a resposta ao HIV, alertando que cerca de um terço das pessoas com o vírus é diagnosticado tardiamente, quando seu sistema imunológico já está gravemente debilitado e sua vida em risco.

O chamado é feito no marco do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1 de dezembro, e busca sensibilizar sobre a importância do diagnóstico precoce, do início imediato do tratamento antirretroviral e do acesso a uma atenção integral — essenciais para prevenir a doença avançada pelo HIV, salvar vidas e reduzir o estigma.

Segundo os dados mais recentes, em 2024 estimou-se que 2,8 milhões de pessoas viviam com HIV na América Latina e no Caribe. Enquanto o Caribe reduziu as novas infecções em 21% desde 2010, a América Latina registrou um aumento de 13% no mesmo período. As mortes por causas relacionadas à Aids diminuíram de 42 mil para 27 mil na América Latina e de 12 mil para 4,8 mil no Caribe.

“Nossa Região alcançou avanços significativos, desde ampliar o acesso a medicamentos de longa duração até adotar tratamentos simplificados que transformam vidas”, afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. “Ainda assim, a luta não termina. Todos os anos, 38 mil vidas são perdidas nas Américas por causas relacionadas ao HIV. Por trás de cada número há uma história, uma família, um sonho interrompido”, acrescentou.

Cerca de 14% das pessoas que vivem com HIV na América Latina e 15% no Caribe desconhecem seu diagnóstico, o que implica que mais de um terço dos casos é identificado em estágio avançado, aumentando o risco de infecções oportunistas como tuberculose, criptococose ou histoplasmose. A ampliação do rastreamento e do diagnóstico, o início imediato do tratamento antirretroviral nos casos positivos e o acesso à profilaxia pré e pós-exposição (conhecidas como PrEP e PEP) para pessoas negativas, mas com risco de exposição ao HIV, são intervenções que podem acelerar a eliminação do HIV como problema de saúde pública.

Novas opções de profilaxia pré-exposição com injetáveis de ação prolongada, como o lenacapavir — uma opção de PrEP administrada a cada seis meses — também podem desempenhar um papel fundamental na ampliação das opções de prevenção e no avanço rumo à eliminação do HIV.

Os avanços na medicina e saúde pública facilitaram o diagnóstico rápido do HIV e o desenvolvimento de métodos eficazes para a prevenção combinada e o tratamento. Os tratamentos antirretrovirais atuais são muito seguros e eficazes, conseguindo suprimir a carga viral a níveis indetectáveis no sangue — condição em que o vírus não é transmitido por via sexual.

“Para acelerar o progresso, prevenir mortes por Aids e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o vírus, devemos nos concentrar em expandir o diagnóstico, ampliar o acesso à PrEP e otimizar o tratamento antirretroviral”, destacou Barbosa.

Com apoio da Unitaid, a OPAS está implementando um projeto na Região para reduzir a mortalidade por doença avançada, fortalecendo a geração de evidências e dados, introduzindo novos testes para diagnosticar tuberculose, histoplasmose e criptococose e promovendo o acesso equitativo a tratamentos para infecções oportunistas.

Sob o lema “Zero mortes por Aids em 2030”, a campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids deste ano busca gerar consciência sobre a doença avançada pelo HIV, dar visibilidade às histórias por trás dos casos e motivar uma resposta coletiva — dos governos e profissionais de saúde à sociedade como um todo — para alcançar a eliminação até 2030.

Como parte das atividades comemorativas, em 5 de dezembro será realizado um evento virtual para apresentação da Aliança regional para a eliminação do HIV nas Américas, uma iniciativa que busca fortalecer a coordenação entre instituições governamentais, comunidades, agências internacionais e tomadores de decisão, com o objetivo de impulsionar inovações rumo à eliminação do HIV.

HIV/Aids é uma das mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas que a OPAS busca eliminar até 2030 como parte de sua Iniciativa de Eliminação.