Brasil, GOARN e OPAS capacitam especialistas em saúde pública a atuarem na resposta internacional a surtos

Participantes assistem apresentação sobre surtos durante o treinamento
OPAS/OMS/Karina Zambrana
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Brasília, 29 de janeiro de 2025 – A Rede Global de Alerta e Resposta a Surtos (GOARN), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde do Brasil promoveram nesta segunda-feira (27/01), em Brasília, um treinamento sobre resposta internacional a surtos. Participaram da capacitação 35 profissionais de instituições parceiras da GOARN interessados em se engajar com a rede e participar de missões internacionais.

O treinamento foi desenhado para especialistas em saúde pública com experiência em emergências nacionais, porém com pouca ou nenhuma experiência em respostas internacionais. “Nosso objetivo foi estimular o interesse e garantir uma participação mais eficaz dos especialistas do Brasil nas respostas internacionais, contribuindo, assim, para uma saúde global mais fortalecida”, explicou Alexander Rosewell, coordenador de Emergências, Evidência e Inteligência em Saúde do escritório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil.

A capacitação, que foi conduzida por profissionais internacionais e brasileiros com experiência prévia em missões pela GOARN, contou com apresentações, exercícios e discussões. “Este é o primeiro treinamento da GOARN conduzido somente em português. Temos trabalhado intensamente para expandir ainda mais nossa atuação e fortalecer a colaboração com instituições de língua portuguesa”, disse Armand Bejtullahu, gerente a.i. da GOARN no departamento de Coordenação de Alerta e Resposta da OMS.

Os instrutores também apresentaram aos participantes oportunidades, processos e desafios de trabalhar como parte de uma equipe internacional multidisciplinar de resposta a emergências de saúde pública, contribuindo para a missão da GOARN.

No ano 2000, a GOARN foi criada pela OMS para facilitar o alerta e a resposta rápida a doenças e garantir a disponibilidade de assistência técnica para dar suporte a populações afetadas. Essa rede é composta por mais de 300 instituições técnicas do mundo todo – incluindo o Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde do Brasil.

O diretor do DEMSP, Edenilo Barreira, destacou a importância da entrada do departamento na rede GOARN. “Representa um reconhecimento da capacidade que o país possui, na preparação, vigilância e resposta a emergências em saúde pública”.

As seguintes instituições do país também fazem parte da Rede Global: Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEpi), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Evandro Chagas (IEC) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A GOARN e a OPAS estão interessadas em identificar outras instituições e redes brasileiras que possam se juntar à GOARN e contribuir para sua estratégia global.

Andrea Vicari, chefe da Unidade de Gestão de Ameaças Infecciosas da sede da OPAS, ressaltou que o Brasil, com as instituições que são parceiras da GOARN e com os centros colaboradores da OPAS/OMS no país, tem um grande potencial para contribuir significativamente na preparação e resposta a emergências, tanto em nível regional quanto global. “Essa iniciativa oferece uma oportunidade valiosa para canalizar as capacidades técnicas existentes dentro de um marco regional e global, enfrentando os desafios e complexidades que surgem nas respostas a emergências”.

Nos últimos anos, a rede mobilizou especialistas para responder a vários eventos de saúde pública na Região das Américas, incluindo a pandemia de gripe H1N1, em 2009; a epidemia de cólera no Haiti, após o terremoto em 2010; a epidemia do vírus zika, em 2015 e 2016; os surtos de febre amarela, desde 2017; a pandemia de COVID-19, entre outros.