Brasil, OPAS e OMS compartilham experiências para melhorar diagnóstico e vigilância genômica de vírus causador da COVID-19

Mesa de abertura da 1ª Expolab

Brasília, 4 de maio de 2022 (OPAS) – Autoridades, gestores, especialistas e equipes técnicas de vigilância em saúde compartilharam nesta quarta-feira (4), na cidade de Brasília, Brasil, experiências de 27 laboratórios centrais de saúde pública de todos os estados brasileiros, de 13 laboratórios localizados em áreas de fronteira e de 3 Centros Nacionais de Influenza.

O evento 1ª Mostra Nacional de Experiências da Rede de Laboratórios de Saúde Pública (EXPOLAB) foi organizado pelo Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do Brasil mencionou que, no início da pandemia, os resultados dos testes de diagnóstico RT-PCR para COVID-19 chegavam a levar dez dias para ficarem prontos e que, com o aumento da capacidade laboratorial do país, este tempo de espera foi reduzido para horas. “O Sistema de Saúde do Brasil foi fortalecido de forma transversal, na atenção primária, na atenção especializada à saúde, nas ações de vigilância e, hoje, sabemos que podemos fazer muito mais e melhor graças ao aprendizado que tivemos neste período muito duro e difícil para todos”, acrescentou.

“Para um sistema de vigilância forte, precisamos de laboratórios que possam mostrar rapidamente o que acontece em um país”, afirmou Socorro Gross, representante da OPAS e da OMS no Brasil, destacando a importância do trabalho conjunto com o Ministério da Saúde, estados e municípios brasileiros para fortalecimento das capacidades de diagnóstico e vigilância a nível nacional e sub-regional, incluindo nas fronteiras, para que a região das Américas se torne cada vez mais forte e independente para lidar com os desafios de saúde pública.

Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para COVID-19, agradeceu ao trabalho das autoridades e profissionais envolvidos no aumento da capacidade laboratorial. “Os sistemas de vigilância que vocês estabeleceram e expandiram nos dão a oportunidade de rastrear esse vírus, entender suas mudanças e, de certa forma, nos orienta todos os dias sobre o que precisamos fazer para manter as pessoas seguras”, afirmou.

“O ponto principal que este evento mostra é o reconhecimento da importância da rede de laboratório de saúde pública deste país, o que foi demonstrado de forma cabal no transcorrer desta pandemia. Esta tragédia que atingiu o Brasil e o mundo vai trazer legados importantes e o fortalecimento da rede de laboratórios é um dos principais”, avaliou Nereu Mansano, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

O diagnóstico laboratorial e a vigilância genômica no contexto da COVID-19 têm sido indispensáveis para orientar estratégias de atenção à saúde, de isolamento de pessoas infectadas pelo vírus SARS-CoV-2, de biossegurança e de vigilância.

Cooperação técnica entre países

Antes mesmo do primeiro caso notificado da COVID-19 na América Latina, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Ministério da Saúde do Brasil e a OPAS organizaram conjuntamente, em fevereiro de 2020, um treinamento para nove países sobre diagnóstico laboratorial do então novo coronavírus. Participaram da capacitação especialistas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

“O Brasil tomou a liderança – que sempre teve – para realizar essa oficina de diagnóstico molecular da COVID-19 quando ainda estávamos na fase de preparação, iniciando o trabalho nas Américas. Em menos de 20 dias, já tínhamos toda a região das Américas com capacidade de diagnóstico e o Brasil teve um papel fundamental nisso”, avaliou Jairo Méndez, assessor regional para Doenças Virais da OPAS.

O treinamento deu origem à Rede Regional de Vigilância Genômica da COVID-19 nas Américas, que contribuiu para a criação de protocolos diagnósticos, gerou informações para o desenvolvimento de vacinas e permitiu identificar de forma mais ampla e ágil a evolução molecular e os padrões epidemiológicos do SARS-CoV-2, incluindo o surgimento e circulação de novas variantes.
 
A cooperação técnica entre a OPAS e o Ministério da Saúde também contribuiu para que todos os laboratórios centrais de saúde pública do país realizassem a o teste RT-PCR em tempo real para o diagnóstico de COVID-19, bem como de influenza e outros vírus respiratórios.

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