Vacinação contra HPV previne diversos tipos de câncer e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saude (SUS) brasileiro
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2023 – O Instituto Nacional de Câncer (INCA) do Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e 17 organizações não governamentais e sociedades científicas brasileiras assinaram nesta quinta-feira (07/12) uma carta de compromisso em apoio à eliminação do câncer de colo do útero e elevação das coberturas vacinais contra o papilomavírus (HPV).
O ato ocorreu durante o evento “Vacina e prevenção do câncer: vários olhares, muitos desafios”, realizado na sede do INCA, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Na ocasião, foram discutidos desafios e propostas para ampliar o acesso às ações de prevenção, rastreamento organizado, diagnóstico e tratamento do câncer de colo do útero.
Umas das estratégias mais eficazes e custo-efetivas para evitar a doença é a vacinação contra o vírus HPV. Essa vacina além de prevenir o câncer de colo do útero, reduz as chances de a pessoa desenvolver os cânceres de pênis, de vulva, de vagina, de orofaringe e do canal anal e ânus.
No Brasil, esse imunizante seguro e de alta qualidade é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com a administração de duas doses, inclusive usando a bem-sucedida estratégia de vacinação em escolas.
Também podem se vacinar mulheres e homens de 15 a 45 anos que apresentam pelo menos uma das seguintes condições: pessoas vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea, pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou em tratamento com drogas imunossupressoras e vítimas de violência sexual.
Após o evento técnico no INCA, a organização não-governamental Instituto Lado a Lado pela Vida promoveu, à noite, uma cerimônia de iluminação do Cristo Redentor – icônico monumento localizado no Rio de Janeiro. O cartão postal brasileiro foi iluminado na cor roxa para estimular a vacinação contra HPV e alertar a população sobre os tipos de câncer causados por esse vírus.
Estratégia Global de Eliminação do Câncer de Colo do Útero
A Estratégia Global da OMS para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero foi lançada em 2020, com base em três pilares essenciais: vacinação, rastreamento e tratamento. Na época, 194 países, entre eles o Brasil, se comprometeram a cumprir as seguintes metas até 2030:
- Alcançar 90% das meninas totalmente vacinadas contra o HPV até os 15 anos de idade
- Realizar o rastreamento de 70% das mulheres com teste de alta performance aos 35 e novamente aos 45 anos
- 90% das mulheres com lesões pré-cancerosas de câncer de colo de útero tratadas e 90% das mulheres com câncer invasivo tratadas e acompanhadas
A estratégia também aponta que, além de salvar vidas, o investimento nas intervenções para cumprir essas metas pode gerar benefícios econômicos e sociais consideráveis. Estima-se que a cada R$ 1 investido na estratégia global até 2050, haverá um retorno de R$ 3,20 à economia, graças ao aumento da participação da mulher na força de trabalho.
Estratégia de eliminação do câncer de colo de útero do Brasil
Em março deste ano, o Brasil também lançou a Estratégia Nacional de Eliminação do Câncer do Colo de Útero. Com a medida, o Ministério da Saúde do país buscou ampliar o programa “Útero é Vida”, fruto da cooperação entre a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e a OPAS.
Nos últimos quatro anos, o programa “Útero é Vida” atuou em Pernambuco a partir de três perspectivas: o aprimoramento da Linha de Cuidado do Câncer de Colo do Útero, a expansão da vacinação contra o HPV e a implementação do rastreamento organizado, conforme a faixa etária das mulheres, com o desenvolvimento de um teste custo-efetivo e de plataforma aberta para detecção de HPV.
Esse teste – que tornou mais custo efetivo, preciso e acessível o rastreamento organizado – foi desenvolvido no Brasil por meio da parceria entre o governo de Pernambuco, a OPAS, o Instituto de Pesquisas de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
