
Brasília, 10 de junho de 2025 – Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Instituto Lado a Lado pela Vida promoveu nesta terça-feira (10/06), a 5ª edição do Fórum Brasil Imune: Saúde e Sustentabilidade. O evento, realizado em Brasília, reuniu Ministério da Saúde, especialistas em saúde pública e privada, sociedades de especialidades médicas, conselhos de classe, indústria farmacêutica, organizações da sociedade civil e pacientes com o objetivo de somar forças para promover o acesso às vacinas, apoiar as iniciativas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e fortalecer a confiança da população na vacinação.
“Precisamos olhar para todas as fases da vida e a vacinação faz parte de todas elas. Do nascimento até se chegar à fase idosa, a vacinação precisa estar inserida em uma integração entre a saúde pública, a assistência social e a educação. Só assim cada dose será um abraço no futuro, uma chance de cuidar da nossa história desde o primeiro capítulo, protegendo cada fase da vida com esperança para evitar hoje as doenças que podem apagar o nosso amanhã”, afirmou Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Cristian Morales, representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, ressaltou que o país é uma referência em vacinação para todo o mundo, possuindo um amplo programa de imunizações, milhares de salas de vacinação espalhadas por todo o país e uma capacidade produtiva de vacinas robusta. No entanto, ele pontuou que ainda há espaço para melhorar. “É muito importante fortalecer as estratégias que facilitem o acesso das pessoas à vacinação, inclusive levando as vacinas para os espaços onde elas estão”, enfatizou. Morales rememorou que, no ano passado, o Brasil foi reverificado como livre do sarampo. “Essa é uma das grandes conquistas que temos que lembrar e que nos fala sobre a fortaleza do SUS (Sistema Único de Saúde) e do Programa de Imunizações do Brasil.”
Para o representante da OPAS e da OMS no Brasil, as políticas públicas e programas devem garantir o acesso universal e equitativo às vacinas, eliminando todas as barreiras geográficas, financeiras, culturais e sociais.
"No Brasil, temos possibilidade de avançar muito neste campo, porque há não somente o compromisso político das autoridades, mas também esta parceria ampla que estamos presenciando hoje, que se dá no território, no dia a dia. É importante também a integração da imunização com outros serviços de saúde”, complementou. Cristian Morales aproveitou a ocasião para reconhecer a melhora das coberturas de vacinação no país. “Houve crescimento nas coberturas de 13 das 16 vacinas do calendário infantil do Programa Nacional de Imunização. A participação dos estados, em parceria com os municípios, sociedade civil e sociedades científicas foi fundamental para atingir esses resultados”, pontuou. Ele fez também um reconhecimento especial à importância do projeto ImunizaSUS, liderado pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Também participaram da mesa de abertura do Fórum: Kandice Falcão, assessora técnica do Conasems; Nereu Henrique Mansano, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS); Itamar Bento Claro, chefe substituto da Divisão de Detecção Precoce de Câncer e Apoio à Organização de Rede do Instituto Nacional de Câncer (Inca); Dorinaldo Malafaia, deputado federal; e Augusto Bravo, secretário executivo da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer do Distrito Federal.
Do Ministério da Saúde, estiveram presentes Adriana Regina Lucena, coordenadora de Vigilância em Saúde Indígena da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI); José Eudes Barroso, diretor do Departamento de Estratégias e Políticas de Saúde Comunitária da Secretaria de Atenção Primária à Saúde; e Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Cooperação técnica
Em fevereiro deste ano, OPAS e o Instituto Lado a Lado pela Vida formalizaram um acordo quadro de cooperação para aprimorar o cuidado integral às doenças crônicas não transmissíveis, com ênfase na eliminação do câncer de colo do útero, promoção da saúde cardiovascular e ampliação da cobertura vacinal, especialmente para a vacina contra o HPV.
A parceria busca integrar ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento, educação e mobilização social para promover a saúde ao longo de todo o curso de vida, alinhada às diretrizes da OPAS e ao calendário nacional de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Os principais objetivos incluem ampliar a cobertura vacinal, com estratégias direcionadas a grupos prioritários, como crianças, adolescentes, idosos e populações vulneráveis; promover a adoção de hábitos saudáveis, a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado; disseminar informações de qualidade; e mobilizar parceiros estratégicos para ampliar o impacto das ações em saúde pública.