Velocidade de propagação do sarampo nas Américas reduz, mas quantidade de novos casos é preocupante

24 de setembro de 2018 – O número de casos confirmados de sarampo na Região das Américas cresceu 32% em um mês, conforme a mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com dados fechados no dia 21 de setembro. O aumento é preocupante, embora represente uma menor velocidade de propagação da doença em relação ao mês anterior.

Ao todo, onze países do continente notificaram 6.629 casos confirmados de sarampo em 2018: Antígua e Barbuda (1), Argentina (11), Brasil (1.735, incluindo dez mortes), Canadá (22), Colômbia (85), Equador (19), Estados Unidos (124), Guatemala (1), México (5), Peru (21) e Venezuela (4.605, incluindo 62 óbitos). Em 21 de agosto, esses mesmos Estados Membros haviam confirmado 5.004 casos. Em 20 de julho, eram 2.472 casos confirmados. Em 8 de junho, eram 1.685. Em 6 de abril, 385.

Para controlar a propagação da doença nas Américas, a OPAS recomenda aos países ampliar a cobertura vacinal e fortalecer a vigilância epidemiológica, a fim de aumentar a imunidade da população e detectar/responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.

Além disso, o organismo internacional orienta que, durante surtos, seja estabelecido um manejo correto de casos intra-hospitalares para evitar a transmissão nosocomial, com um fluxo adequado de pacientes para salas de isolamento (evitando o contato com outros pacientes em salas de espera e/ou locais de internação), assim como a vacinação dos profissionais de saúde.

A OPAS também tem trabalhado diretamente, inclusive em atividades de campo, com vários dos países afetados. No Brasil, por exemplo, o organismo internacional está apoiando as ações, nos estados do Amazonas e Roraima, de vacinação, vigilância, gestão, planejamento, educação, comunicação de risco, resposta rápida, compra de insumos, contratação de vacinadores, aluguel de veículos para transporte de equipes de saúde, entre outros, em coordenação com as autoridades de saúde nacionais, estaduais e municipais.

A OPAS também organizou recentemente, junto com o Ministério da Saúde do Brasil, um treinamento de resposta rápida a surtos de sarampo e rubéola para cerca de 70 profissionais das áreas de vigilância epidemiológica, imunização e laboratório dos 27 estados brasileiros.

A atualização epidemiológica completa pode ser acessada em inglês ou espanhol.

Campanha de vacinação

Brasil alcançou na semana passada a meta de vacinar, pelo menos, 95% das crianças de um a menores de cinco anos contra sarampo e poliomielite. O balanço da Campanha Nacional de Vacinação, encerrada no dia 14 de setembro, registrou uma cobertura vacinal de 95,3% para sarampo e de 95,4% para pólio.

Informações essenciais para a população

  • O vírus causador do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou da garganta.
  • Entre os sintomas estão erupção cutânea (vermelhidão na pele), febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos e tosse. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.
  • Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas para um centro de saúde imediatamente.
  • O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas (vermelhidão na pele).
  • No Brasil, quando a pessoa for se vacinar é importante levar junto o próprio cartão de vacinação e o das filhas ou filhos. Assim, os profissionais de saúde poderão ver se serão necessárias outras vacinas. Se a pessoa não tiver o cartão de vacinação, as vacinas também estarão disponíveis para ela. Mas é importante que se lembre de guardá-lo da próxima vez.
  • Às vezes, leve inchaço e vermelhidão podem ocorrer no local da injeção da vacina. Isso não deve ser motivo de preocupação e, normalmente, desaparece com compressas mornas e paracetamol.