Washington D.C., 25 de junho de 2025 — A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou o Repositório de Anomalias Congênitas nas Américas, uma plataforma interativa que consolida dados em tempo real sobre anomalias congênitas reportadas pelos sistemas nacionais de vigilância epidemiológica da América Latina e do Caribe. Esta ferramenta busca fortalecer a tomada de decisões baseada em evidências, apoiando o desenvolvimento de políticas e estratégias para melhorar a saúde materno-infantil.
Nas Américas, nascem aproximadamente 15 milhões de crianças a cada ano, sendo 10 milhões na América Latina e no Caribe. Mais da metade das mortes de crianças menores de 5 anos ocorre no primeiro mês de vida, principalmente devido à prematuridade, anomalias congênitas, sepse ou asfixia. As anomalias congênitas são uma das principais causas de mortalidade neonatal e deficiência infantil, afetando milhares de famílias.
Essas condições estão associadas a fatores genéticos e hereditários, anomalias cromossômicas, exposições ambientais, deficiências nutricionais, exposição a substâncias tóxicas ou doenças crônicas ou infecciosas durante a gravidez. "A emergência do vírus Zika em 2016 — que pode ser transmitido de mãe para filho — e as evidências recentes de transmissão vertical do vírus Oropouche destacaram a urgência de se ter informações oportunas e comparáveis para prevenir e tratar essas anomalias", disse James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS.
Para responder a essa situação, o repositório oferece painéis interativos que mostram tendências, distribuição geográfica e padrões demográficos das anomalias congênitas, facilitando a elaboração de estratégias de prevenção e intervenções de saúde. Embora a plataforma atualmente apresente dados preliminares de alguns países, sua cobertura será ampliada à medida que mais autoridades nacionais incorporarem seus registros, com o apoio técnico da OPAS.
Atualmente, 14 países da região contam com programas nacionais de vigilância de anomalias congênitas em diferentes níveis de desenvolvimento. Durante o seminário virtual de lançamento da nova ferramenta, quatro deles — Argentina, Brasil, Costa Rica e Cuba — compartilharam suas experiências e principais desafios na implementação desses sistemas.
Desenvolvida em conjunto pelos Departamentos de Sistemas e Serviços de Saúde e Evidência e Inteligência para Ação em Saúde, esta iniciativa reafirma o compromisso da OPAS com sistemas de saúde mais inclusivos e eficazes. Ao identificar disparidades na vigilância, o repositório também promove a equidade em saúde.
A OPAS convida os países da região a se juntarem a esta plataforma colaborativa, fortalecendo a vigilância epidemiológica e avançando em direção a um futuro em que todas as crianças tenham a oportunidade de um começo saudável.
