OPAS e Ministério da Saúde do Brasil realizam simulado de resposta à detecção de poliovírus e surto de Poliomielite

Mesa de abertura do simulado
OPAS/OMS/Karina Zambrana
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Brasília, 7 de abril de 2025 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde do Brasil realizaram, de 1º a 4 de abril, um exercício simulado de resposta rápida em caso de detecção de poliovírus e surto de poliomielite. A iniciativa reuniu especialistas em saúde pública, gestores, profissionais da Vigilância Epidemiológica e Laboratorial,  Imunização, Emergência, Saúde Indígena,  Atenção Primária à Saúde e representantes de organizações internacionais, em um esforço conjunto para formar uma equipe de resposta rápida nacional para responder a um evento ou surto de poliovírus e capacitar profissionais em estados e municípios.

“Com esse treinamento, nós avançamos em uma etapa que precisávamos cumprir com relação à manutenção de área livre de poliomielite. Então, foi uma etapa importante”, destacou o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

O exercício trabalhou a capacidade do país de identificar e responder a um evento ou surto de poliomielite, desde a vigilância das paralisias flácidas agudas e a detecção laboratorial até a mobilização de equipes de resposta rápida e a implementação de medidas emergenciais, como campanhas de vacinação, buscas ativas, comunicação de risco, além da importância da implementação da vigilância ambiental para o poliovírus.

“Vimos nos exercícios que a comunidade precisa participar. Ela precisa conhecer o surto e compreender o papel da comunicação. Fizemos, inclusive, a distinção entre comunicação de risco e comunicação de crise. Porque a resposta, no campo da comunicação, começa desde o dia zero [dia do recebimento da confirmação laboratorial do poliovírus, dia da notificação do evento ou surto]”, ressaltou a assessora regional de Imunização da OPAS, Anne Eudes Jean Baptiste.

Além de avaliar protocolos já existentes, a simulação permitiu treinar profissionais no uso de ferramentas para análise de risco e elaboração de planos de mitigação e de resposta rápida, com foco em garantir uma resposta coordenada e eficiente.

“Foi uma oficina muito forte, com muita informação, e vocês conseguiram fazer essa avaliação. Tínhamos, no início, muitas dúvidas e o pessoal fez muitas contribuições. O Brasil, com seus 51 anos do programa de imunização, tem conseguido manter a eliminação da pólio há 35 anos”, falou a coordenadora do Programa Integral de Imunização do escritório da OPAS/OMS no Brasil, Lely Guzmán.

A poliomielite é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus selvagem. Afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade. O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. No entanto, até que a doença seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter altas coberturas vacinais e fazer vigilância constante, entre outras medidas.