Investir em segurança do paciente gera economia anual de bilhões de reais, diz OPAS/OMS

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7 de agosto de 2017 - A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) destacou nesta segunda-feira (7) que investir em segurança do paciente, principalmente em iniciativas para controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), representa uma significativa economia de recursos.

Os estudos existentes sobre o tema estimam que deixariam de ser gastos 7 bilhões de euros por ano na Europa e 6,5 bilhões de dólares nos Estados Unidos, caso essas medidas fossem adotadas. De acordo com a OMS, 10% dos pacientes internados são acometidos por infecções relacionadas à assistência à saúde e 50% das infecções podem ser evitadas com medidas reconhecidamente eficazes, como higiene das mãos e vigilância.

“A adoção dessas ações representa uma ótima relação custo-benefício. Com elas, reduzimos danos, salvamos vidas e temos mais recursos disponíveis para melhorar a saúde da população”, afirmou Tomás Pippo, coordenador da Unidade de Medicamentos e Tecnologia em Saúde da OPAS/OMS no Brasil, durante a abertura do “V Seminário Internacional: redução do risco para a segurança do paciente e qualidade em serviço de saúde”, em Brasília.

Durante o evento, Claire Kilpatrick, consultora e oficial técnica da área de prevenção e controle de infecções da OMS, apresentou os materiais, treinamentos, prioridades e recomendações do organismo internacional para ajudar a reduzir as infecções no mundo. Ela também adiantou alguns documentos orientadores que estão em processo de elaboração. “Uma das novas guias diz respeito ao desenvolvimento de procedimentos padrão para prevenir a propagação de patógenos multi-droga resistentes em estabelecimentos de saúde com recursos limitados”, disse.

As IRAS são eventos adversos evitáveis que geram dor e sofrimento aos pacientes e familiares; possuem um alto potencial de causar sequelas permanentes e mortes; aumentam significativamente o período de internação de pacientes hospitalizados, onerando os sistemas e serviços de saúde; além de acarretarem outros custos sociais diretos e indiretos devido à sua alta morbimortalidade.

Participaram do Seminário Internacional o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Hospital Moinhos de Vento, delegações de 22 países da América Latina e do Caribe, dos estados e municípios. Em conjunto com esse evento, será realizada uma reunião regional para implementação dos componentes essenciais dos programas nacionais de controle de infecção, organizada pela assessora regional do Programa de Controle de Infecções da OPAS/OMS, Valeska Stempliuk.

Cooperação

A OPAS/OMS tem trabalhado com o Brasil, por meio de termos de cooperação firmados com o Ministério da Saúde brasileiro e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para qualificar a assistência prestada no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos diversos serviços de saúde do país; promover a segurança dos pacientes; bem como estimular o uso racional de medicamentos e outras tecnologias sanitárias.

Saúde global

A OMS já lançou três desafios globais para incentivar iniciativas de promoção da segurança dos pacientes. O primeiro, lançado em 2005 com o lema “Assistência Limpa é Assistência Segura”, tratava da importância da higienização das mãos para a prevenção de IRAS. O segundo, lançado em 2008 com o tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, focava na prevenção de infecções e de danos em procedimentos cirúrgicos. Já o terceiro, lançado neste ano e intitulado “Medicação Sem Danos”, trata do estímulo ao uso seguro e racional de medicamentos, incluindo os medicamentos antimicrobianos.

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