Resistência antimicrobiana e mudanças climáticas são questões-chave para as Américas no 154º Conselho Executivo da OMS

Member States at the WHO 154 Executive Board

Genebra, Suíça, 27 de janeiro de 2024 (OPAS) - Acelerar as ações para enfrentar a crescente ameaça representada pela resistência antimicrobiana (RAM) e garantir que a equidade em saúde seja levada em consideração nos esforços nacionais de adaptação e mitigação das mudanças climáticas foram alguns dos principais tópicos discutidos na 154ª sessão do Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada esta semana em Genebra, na Suíça.

Na região, "reconhecemos que a ameaça crescente representada pela RAM exige nossa atenção e esforços conjuntos", disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, em uma sessão sobre a aceleração das respostas nacionais e globais à RAM.

Embora 83% dos países das Américas tenham um plano de ação nacional multissetorial para resistência antimicrobiana, "apenas 46% deles estão sendo implementados de forma eficaz", acrescentou.

Os países devem, portanto, trabalhar em colaboração uns com os outros e com as agências das Nações Unidas e organizações da sociedade civil para "lidar com essa questão tanto em nível regional quanto global".

Durante uma sessão sobre mudança climática e saúde, o diretor da OPAS destacou a vulnerabilidade particular das Américas aos efeitos e desastres relacionados ao clima. "As populações em situação de vulnerabilidade, as gerações futuras e aqueles que vivem em territórios suscetíveis, como os pequenos Estados insulares em desenvolvimento ou a floresta amazônica - aqueles que menos contribuem para a mudança climática - sofrem mais com seus impactos", disse ele.

Jarbas Barbosa enfatizou que, apesar do progresso na abordagem do impacto das alterações climáticas na saúde na região, - incluindo uma colaboração com a União Europeia e o Fundo Verde para o Clima para ajudar os Estados-Membros a garantir a resiliência dos sistemas de saúde às alterações climáticas -, "o progresso tem sido desigual".

Portanto, é crucial que o setor da saúde “integre considerações de equidade nos esforços de adaptação e mitigação, contribuindo assim para um futuro mais justo, sustentável e saudável para todos”, destacou. 

Durante o Conselho Executivo, que ocorreu de 22 a 27 de janeiro, em Genebra, os Estados Membros também discutiram o progresso e os desafios para atingir as metas de imunização, bem como melhorar a preparação e a resposta a emergências de saúde e desastres.

Jarbas Barbosa realizou diversas reuniões bilaterais com representantes de países da América Latina e do Caribe para discutir questões prioritárias, incluindo emergências de saúde, a importância de abordar doenças não transmissíveis e saúde mental, surtos de dengue, entre outros tópicos importantes.

O diretor da OPAS também se reuniu com a Federação Internacional de Hospitais (IHR, sigla em inglês) para discutir a colaboração para fortalecer a gestão hospitalar na América Latina e no Caribe.

Durante as reuniões com o Grupo de Estados Membros das Américas, em 22 e 23 de janeiro, os países debateram questões prioritárias, incluindo o 14º Programa Geral de Trabalho (2025-2028), a necessidade de assegurar a distribuição equitativa de fundos entre as regiões da OMS,  as emergências de saúde, entre outras.

O Conselho Executivo da OMS é composto por 34 membros tecnicamente qualificados eleitos para mandatos de três anos. As principais funções do Conselho são implementar as decisões e políticas da Assembleia da Saúde, aconselhar e facilitar o trabalho. O Conselho atual é composto por seis Estados Membros das Américas: Barbados, Brasil, Canadá, Paraguai, Peru e Estados Unidos.