Diretora da OPAS pede que países priorizem mulheres grávidas e lactantes na vacinação contra COVID-19

pregnant woman sonogram

Mais de 270 mil gestantes foram infectadas com COVID-19 nas Américas e mais de 2,6 mil morreram em razão do vírus. No México e na Colômbia, a COVID-19 se tornou a principal causa de mortes maternas em 2021

Washington, DC, 8 de setembro de 2021 (OPAS) – Alertando que a COVID-19 representa um sério risco para mulheres grávidas na América Latina e no Caribe, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países que priorizem gestantes e lactantes na vacinação contra a doença.

“Sabemos que se as mulheres grávidas adoecerem, elas terão um risco maior de desenvolver sintomas graves da COVID-19 e precisarão com mais frequência de ventilação e cuidados intensivos, quando comparadas às mulheres que não estão grávidas”, disse Etienne durante a coletiva de imprensa semanal da OPAS. “Elas também têm uma chance maior de dar à luz ao bebê mais cedo ou prematuramente”.

“A OPAS recomenda que todas as mulheres grávidas, após o primeiro trimestre, bem como as mulheres que estão amamentando, recebam a vacina contra a COVID-19”, ressaltou a diretora da OPAS. Ela acrescentou que as vacinas contra a COVID-19 aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são seguras para administração durante a gravidez e são uma ferramenta crítica para proteger as gestantes durante a pandemia.

Mais de 270 mil mulheres grávidas contraíram COVID-19 nas Américas até agora e mais de 2,6 mil morreram em decorrência do vírus. O problema é particularmente crítico no México e na Colômbia, onde a COVID-19 se tornou a principal causa de mortes maternas em 2021.

Ao mesmo tempo, México, Argentina e Brasil são responsáveis por metade de todas as mortes por COVID-19 entre gestantes na região.

“Nas últimas três décadas, a América Latina e o Caribe lutaram para reduzir a mortalidade materna. Agora, a pandemia ameaça comprometer 20 anos de conquistas difíceis”, declarou Etienne.

A pandemia também ameaça os cuidados de saúde para mulheres grávidas. Pelo menos 40% dos países da região relataram interrupções nos cuidados maternos e neonatais em meio à pandemia.

“Essas interrupções se espalharam mais durante este segundo ano de pandemia”, disse Etienne. Alguns países, incluindo Belize e Guatemala, relatam que os cuidados relacionados à gravidez foram interrompidos em mais da metade dos centros de saúde.

Além de pedir para que priorizem mulheres grávidas e lactantes na vacinação contra a COVID-19, a diretora também pediu aos países que garantam seu acesso aos serviços de saúde.

“E, por fim, é fundamental que as mulheres grávidas mantenham as medidas de saúde pública comprovadamente eficazes contra esse vírus”, disse a diretora da OPAS, recomendando que usem máscaras, mantenham distância física, limitem o contato com pessoas de fora de suas casas e evitem reuniões internas.

Hoje estamos vendo quase o dobro do número de infecções notificadas no ano passado” – Carissa F. Etienne

A diretora da OPAS informou quase 1,5 milhão de casos e mais de 22 mil mortes relacionadas à COVID-19 nas Américas na semana passada.

Enquanto as novas infecções estão diminuindo no Caribe, as mortes relacionadas à COVID-19 estão aumentando em muitas ilhas, incluindo São Martinho, Jamaica e Porto Rico.

As infecções também estão aumentando na Costa Rica, Guatemala e Belize. Ao mesmo tempo, as infecções continuam diminuindo na América do Sul, embora haja um ligeiro aumento de casos na Venezuela.

As campanhas de vacinação estão progredindo apesar dos suprimentos limitados, ressaltou Etienne. Até o momento, 28% das pessoas na América Latina e no Caribe foram totalmente vacinadas, com diferenças significativas de país para país.

“Embora devamos comemorar que Canadá, Chile e Uruguai vacinaram totalmente mais de dois terços de suas populações, não podemos esquecer que um quarto dos países em nossa região ainda não vacinou 20% de sua população”, advertiu Etienne. “E, em alguns lugares, a cobertura é muito menor.”

A diretora da OPAS destacou que a Guatemala e a Nicarágua têm menos de 10% de cobertura e, na Venezuela, pouco mais de 11% das pessoas foram totalmente vacinadas. No Haiti, menos de 1% da população está protegida contra a COVID-19.

“A OPAS está ajudando a canalizar doações de países com doses extras, mas precisamos de mais vacinas para salvar vidas nos cantos mais afetados da América Latina e do Caribe”, disse Etienne.

A OPAS está trabalhando para expandir o acesso às vacinas usando seu Fundo Rotatório para adquirir doses para os Estados Membros e por meio de uma iniciativa de longo prazo para produzir vacinas de mRNA na região. “Essas ações, combinadas com o aumento da oferta global de vacinas que são esperadas ainda este ano e em 2022, nos ajudarão a reduzir as desigualdades.”