Diretora da OPAS pede continuidade na vacinação para evitar risco de outros surtos durante pandemia de COVID-19

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28 de abril 2020 — A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu nesta terça-feira (28) que os programas de vacinação continuem durante a pandemia de COVID-19. "Se ficarmos para trás nas imunizações de rotina, principalmente para crianças, corremos o risco de surtos, sobrecarregando hospitais e clínicas com doenças preveníveis, além da COVID-19", ponderou.

Em uma coletiva de imprensa que atualizou a situação nas Américas, Etienne afirmou: "Até que uma vacina para COVID- 19 esteja disponível, a vacinação pode e deve ser entregue pelos serviços de saúde juntamente com a resposta à pandemia. Se os países não fizerem isso, o impacto em nossos sistemas de saúde levará meses ou até anos para ser revertido", acrescentou.

Uma prioridade para os países, disse Etienne, é “vacinar para proteger profissionais de saúde, pessoas idosas e populações vulneráveis de outras infecções respiratórias, como influenza e pneumococo, que podem levar a mais hospitalizações e ser mais difíceis de diagnosticar no contexto da COVID-19".

Manter a capacidade de vacinação também é essencial para garantir a "prontidão da Região para entregar a vacina para COVID-19" quando for desenvolvida, observou a diretora da OPAS.

Nesta semana, celebra-se a Semana da Vacinação nas Américas, um momento para promover e celebrar o poder das vacinas de salvar vidas. Em 2020, abordamos isso com um agudo senso de urgência”, disse ela, acrescentando que “a história nos mostrou que após guerras ou epidemias, se permitirmos grandes lacunas na cobertura da imunização, doenças preveníveis por vacinação – como poliomielite e sarampo – podem ressurgir”.

Por mais que o sarampo tenha sido eliminado nas Américas em 2016, “conforme as taxas de cobertura foram caindo, enfrentamos surtos na Venezuela, Brasil e Colômbia e em alguns estados dos EUA. Enquanto falamos, ao menos três países estão trabalhando para conter surtos da doença na América Latina”, disse a diretora da OPAS. "Os esforços para controlar o sarampo devem continuar em segurança, em meio à pandemia de COVID-19, ou corremos o risco de apagar mais de 20 anos de progresso", alertou.

Em 27 de abril, mais de um milhão de casos de COVID-19 foram registrados nas Américas; 60.211 pessoas morreram pela doença. "Estamos vendo um número crescente de países com transmissão comunitária em andamento: 3 na América do Norte, 7 na América do Sul, 1 na América Central e 1 no Caribe", ressaltou.

“A OPAS continua trabalhando em estreita colaboração com os Estados Membros para fortalecer a vigilância. Com base em tudo o que sabemos, é essencial que os países reforcem agora as medidas de proteção e usem todas as ferramentas disponíveis. Isso inclui intervenções comprovadas de saúde pública, como distanciamento social, testes, isolamento de casos e rastreamento de contatos”, acrescentou.

Para ajudar os países a planejarem e tomarem decisões sobre quais vacinas devem priorizar durante a pandemia de COVID-19, a OPAS emitiu orientações detalhadas, que consideram os potenciais riscos e a carga da pandemia nos sistemas de saúde. Estas orientações recomendam que os governos priorizem vacinas para doenças que têm um risco iminente de expansão em suas áreas, como sarampo, e aquelas para outras infecções respiratórias, como gripe e pneumococo.

Com relação aos esforços de vacinação na Região, Etienne afirmou que as equipes da OPAS estão apoiando todas as etapas do processo. “Estamos treinando profissionais de saúde e educando comunidades. Trabalhamos mais do que nunca para garantir que essa pandemia não comprometo serviços vitais de imunização. "