Apesar do grande número de casos, inúmeras pessoas ainda não expostas à COVID-19 permanecem vulneráveis nas Américas

Contact tracing

Washington D.C., 16 de setembro de 2020 – Reabrir sociedades antes que os sistemas de saúde estejam prontos “arriscaria que um punhado de casos em uma área se torne um surto generalizado”, afirmou nesta quarta-feira (16) Carissa F. Etienne, diretora da OPAS.

“Como líderes em todo o mundo enfrentam pressão para retomar a vida social e pública, é importante que eles evitem tomar decisões no vácuo. Os dados sobre a propagação do vírus e o estado dos sistemas e serviços de saúde devem orientar os planos de reabertura de cada país, incluindo a combinação de medidas preventivas que devem permanecer em vigor para manter as pessoas seguras”, disse Etienne em entrevista coletiva.

A diretora da OPAS sustentou que os princípios básicos de ajustar o comportamento individual, adaptar espaços e exercer liderança política são fundamentais para tornar o transporte, os locais de trabalho, as escolas e os espaços públicos tão seguros quanto possível para todos.

As Américas alcançaram dois marcos sombrios nesta semana, enfatizou Etienne, com mais de meio milhão de mortes e quase 15 milhões de casos notificados na região. “Inúmeras pessoas permanecem vulneráveis à infecção, especialmente grandes populações que ainda não foram expostas”, observou.

Com relação a minimizar a transmissão à medida que os países reabrem, "seja reiniciando escolas, reabrindo mercados públicos ou retomando viagens internacionais, quando e como fazemos isso é importante", enfatizou a diretora da OPAS.

“Os países devem garantir que tenham equipe, ferramentas e recursos para monitorar e conter o vírus. Devem estar preparados para realizar testes, conduzir rastreamento de contatos, isolar e colocar em quarentena, bem como garantir que haja leitos hospitalares suficientes para cuidar de pacientes que desenvolvem sintomas graves", expressou.

Segundo Etienne, os indivíduos devem ser responsáveis e manter uma distância segura das outras pessoas, uma medida comprovada para limitar a propagação  da COVID-19 e “os espaços públicos também devem ser adaptados para reduzir a transmissão. Medidas simples, mas importantes, como oferecer estações de lavagem ou higienização das mãos e alterar o desenho e horários para permitir o distanciamento social e limitar o número de pessoas no mesmo espaço ao mesmo tempo, devem ser a norma por enquanto.”

Em locais fechados, precisamos garantir ventilação adequada e limitar o contato próximo uns com os outros. Também devemos continuar a manter distância ao ar livre”

Com relação a viagens, confiar em testes de laboratório para viajantes “é caro, difícil de implementar e de impacto limitado no controle da propagação internacional do vírus. Devemos garantir que os indivíduos que estão doentes ou suspeitam estar com COVID-19, assim como seus contatos, sejam rapidamente identificados e isolados para minimizar as chances de contaminação de outras pessoas, antes de mais nada, antes da partida, bem como após a chegada.”

Observando que alguns países estão se preparando para as eleições em breve, Etienne disse que um planejamento cuidadoso é necessário para evitar a propagação, evitando grandes aglomerações e oferecendo opções alternativas, como votar por correio ou digitalmente. “Os governos devem liderar os esforços nacionais para garantir que as medidas de saúde pública estejam em vigor para o voto pessoal e que os cidadãos estejam cientes de como manter sua segurança e a de outros nas urnas”, finalizou.