Diretora da OPAS afirma que novas variantes e aceleração do vírus tornam urgentes medidas contínuas de saúde pública

Woman wearing mask while using public transportation

“Se permanecermos diligentes, teremos o poder de controlar este vírus; se relaxarmos, não se enganem: 2021 pode muito bem ser muito pior do que 2020”

Washington D.C., 13 de janeiro de 2021 – O aparecimento de novas variantes do vírus causador da COVID-19 em vários países das Américas, combinado com uma aceleração da propagação do vírus em praticamente todos os países da região, torna urgente continuar com as medidas de saúde pública como distanciamento social, uso de máscaras e lavagem frequente das mãos”, afirmou nesta quarta-feira (13) a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne.

Nossa capacidade coletiva de manter essas medidas tem o poder de determinar a trajetória deste ano. Se permanecermos diligentes, teremos o poder de controlar esse vírus; se relaxarmos, não se engane: 2021 pode muito pior do que 2020"

Carissa F. Etienne


Etienne informou que, “desde o início desta pandemia, mais de 39 milhões de pessoas nas Américas foram infectadas pela COVID-19 e mais de 925 mil delas sucumbiram ao vírus. Apenas na última semana, 2,5 milhões de pessoas foram infectadas em nossa região - o maior número de casos semanais desde que o vírus chegou pela primeira vez ao nosso continente”. 

A rede de vigilância genômica da OPAS com 21 laboratórios tem rastreado a disseminação do vírus e mutações, ela destacou, e a variante vista pela primeira vez circulando no Reino Unido foi relatada em oito países: Brasil, Canadá, Chile, Equador, Jamaica, México, Peru e EUA. Além disso, o Brasil e o Canadá relataram ter visto outra variante relatada pela primeira vez na África do Sul.

“No momento, não há evidências que sugiram que essas variantes afetem os pacientes de forma diferente, mas os primeiros dados sugerem que o vírus pode se espalhar mais facilmente, acelerando a ameaça aos nossos sistemas de saúde em um momento em que eles já estão próximos de seu limite de capacidade”, disse Etienne.

Até o momento, a OMS aprovou uma vacina e as outras estão em processo de aprovação. Alguns países da região começaram a vacinar trabalhadores dos serviços de saúde e grupos vulneráveis, mas "enquanto as doses permanecerem limitadas, não podemos contar com vacinas para nivelar a curva da pandemia", enfatizou a diretora da OPAS.

Entre as prioridades da OPAS para 2021 estão incluir a garantia de acesso equitativo a equipamentos para proteger os profissionais de saúde, medicamentos e atendimento hospitalar quando necessário bem como vacinas.

“Com a chegada das vacinas, devemos garantir não apenas que as doses sejam produzidas rapidamente, mas que sejam entregues de forma justa e rápida em todos os países, independentemente da renda. Isso exigirá colaboração e solidariedade global e regional, com doadores que contribuem com recursos por meio de mecanismos como o COVAX”, ressaltou.

A OPAS está trabalhando com todos os países das Américas para ajudar a garantir as doses das vacinas das quais os países precisam para proteger suas populações. “Também apoiamos o planejamento de atendimento à demanda de vacinas, logística e gestão da rede de frio, fortalecimento do sistema de vigilância e informação, capacitação de profissionais de saúde e planejamento da comunicação sobre vacinas, entre outros.”

“Felizmente, nossa região tem um forte legado de imunização”, enfatizou a diretora da OPAS, observando que, por meio do Fundo Rotatório, “os Estados Membros reúnem seus recursos nacionais para comprar vacinas e produtos relacionados ao menor preço. A COVID-19 será um desafio, mas acho que podemos enfrentá-lo trabalhando juntos".

No ano que temos à frente, líderes políticos enfrentarão decisões complexas para nivelar a curva de transmissão. Portanto, devem atuar de forma transparente e proativa, para que o público possa entender suas decisões e as evidências científicas que as sustentam.