COVID-19 se estabiliza nas Américas, mas países devem permanecer vigilantes e gerenciar outras emergências

Grupo de pessoas com máscaras

Com infecções por varíola dos macacos chegando a 5 mil e um caso de poliomielite tipo 2 notificado nos Estados Unidos, vacinas, medicamentos e vigilância são fundamentais

Washington D.C., 27 de julho de 2022 (OPAS) – Embora os casos de COVID-19 tenham diminuído nas Américas pela primeira vez em cinco semanas, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países que permaneçam vigilantes contra a doença e outros problemas de saúde, como a varíola dos macacos, que foi declarada emergência de saúde pública de importância internacional no último fim de semana.

"Estar saudável e a salvo de doenças é uma ação, não uma garantia", afirmou nesta quarta-feira (27) a diretora da OPAS em coletiva de imprensa, pedindo aos países que usem as ferramentas à sua disposição, como vacinas, medicamentos e vigilância.

Apesar de um declínio geral da COVID-19 na região, Etienne alertou que os casos permanecem altos, com os países notificando 1,6 milhão de novas infecções na última semana.

Na América do Norte, o Canadá registrou um aumento de 20% no número de novos casos. Alguns países da América Central e do Sul também notificaram aumentos. No Caribe, as hospitalizações continuam crescendo em Cuba, Guadalupe, Guiana Francesa e Trinidad e Tobago.

A diretora da OPAS destacou que, assim como está acontecendo na Europa, as sublinhagens BA.4 e BA.5 da variante Ômicron estão se tornando as cepas predominantes nas Américas, mas com uma diferença fundamental: a cobertura vacinal.

A alta cobertura de vacinação na Europa significa que a maioria dos pacientes com COVID-19 conseguiu manejar seus sintomas com segurança em casa, mas nas Américas "um terço da população permanece não vacinada e 10 países e territórios ainda não protegeram nem 40% de sua população", ressaltou.

Dada a maior transmissibilidade das novas sublinhagens, Etienne chamou os países a aplicarem medidas de saúde pública, como distanciamento físico e uso de máscaras, e aconselhou que os hospitais em áreas com baixa cobertura vacinal "estejam preparados" para uma afluência de pacientes com COVID-19.

A diretora da OPAS afirmou que os países também devem se preparar para a varíola dos macacos, que foi declarada como emergência de saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último fim de semana.

Nas Américas, quase 5,3 mil casos foram notificados em 18 países e territórios.

No entanto, embora quase todos os casos até agora tenham sido registrados entre homens de 25 a 45 anos que fazem sexo com homens, a diretora da OPAS alertou contra o estigma e a discriminação, enfatizando que "qualquer pessoa, independentemente de seu gênero ou orientação sexual, pode contrair varíola dos macacos”.

A OPAS continua colaborando com seus Estados Membros na resposta à COVID-19 e também publicou orientações para profissionais de saúde manejarem casos de varíola dos macacos e prevenirem novas infecções.

Em relação ao caso de poliomielite tipo 2 derivada da vacinação recentemente notificado nos Estados Unidos, Etienne advertiu que, embora as Américas estejam livres da doença desde 1994, graças à boa vigilância e alta cobertura vacinal, as taxas de vacinação caíram consideravelmente nos últimos anos.

A diretora da OPAS enfatizou que a baixa cobertura de vacinação é "extremamente preocupante", pois coloca crianças em risco de "doenças devastadoras que foram eliminadas na região".

"Não podemos nos dar o luxo de ser complacentes", acrescentou Etienne, indicando que "devemos usar as ferramentas à nossa disposição para manter nossas populações saudáveis".