Após três anos de COVID-19, vigilância e vacinação são a chave para acabar com a pandemia nas Américas

Mulher em local remoto recebe vacinação

Washington D.C. 9 de março de 2023 – À medida que a pandemia da COVID-19 entra em seu terceiro ano na Região das Américas, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, pediu aos países que fortaleçam a vigilância e reduzam as lacunas na cobertura vacinal para acabar com a emergência e se preparar melhor para futuras crises de saúde.

Nos últimos três anos, as Américas tiveram mais de 190,3 milhões de casos de COVID-19 e mais de 2,9 milhões de mortes, representando 25% e 43% do total global, respectivamente.

“A COVID-19 destacou que nenhum país ou organização no mundo estava totalmente preparado para o impacto dessa pandemia”, disse o diretor da OPAS durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (9/03). Isso inclui as Américas, que é uma região “marcada por desigualdades”.

Atualmente, as taxas de incidência são 20 a 30 vezes menores do que há um ano, mas “embora não estejamos totalmente fora de perigo, estamos em um lugar muito melhor”, acrescentou.

Jarbas Barbosa destacou o papel fundamental que a OPAS desempenhou para ajudar os países a chegarem a esse ponto. Isso inclui a construção e o fortalecimento da Rede Regional de Vigilância Genômica de COVID-19, que é fundamental para acompanhar a evolução do vírus, bem como monitorar outros patógenos com potencial pandêmico, incluindo a gripe aviária. Nos últimos três anos, a rede forneceu dados globais de mais de 580 mil sequências de vírus da América Latina e do Caribe.

O diretor da OPAS também destacou o papel que a Organização desempenhou na obtenção de vacinas contra a COVID-19 “mobilizando mais de 160 milhões de doses por meio da COVAX e ajudando os países da América Latina e do Caribe a distribuir mais de 1,3 bilhão de doses de vacinas em menos de dois anos”.

Apesar dessas conquistas, Jarbas Barbosa alertou que “a COVID-19 ainda está conosco e o vírus ainda não se estabeleceu em um padrão previsível”.

“No último mês, vimos mais de 1,5 milhão de novos casos e 17 mil mortes”, disse. “Não podemos ser complacentes”.

O diretor da OPAS também alertou que, embora as taxas de teste tenham caído, é crucial que os países mantenham e continuem a fortalecer a vigilância, pois o vírus SARS-CoV-2 “pode evoluir e se adaptar rapidamente”.

Atingir os 30% de pessoas que ainda não receberam a série primária da vacina para COVID-19 é fundamental para “nos prepararmos para qualquer nova onda de infecção ou nova variante de preocupação”.

Embora a Região tenha experimentado vários contratempos ao longo da pandemia que “revelaram ou exacerbaram as deficiências de nossos sistemas de saúde”, inclusive na detecção e tratamento de doenças como tuberculose e HIV, na testagem e tratamento de doenças não transmissíveis; e com o declínio das taxas de vacinação de rotina, agora temos uma oportunidade única de “colocar a saúde no centro da Agenda de Desenvolvimento Sustentável”.

“Devemos nos concentrar em recuperar as perdas e reconstruir sistemas de saúde resilientes que funcionem para todos, além de estarmos mais bem preparados para futuras ameaças à saúde”, disse Jarbas Barbosa.

“Ao iniciar meu mandato, o foco principal é ajudar os países das Américas a superar a pandemia da COVID-19”.

“A OPAS está pronta para apoiar nossos países nas Américas, para aplicar as lições que aprendemos com a pandemia da COVID-19”.