OPAS dá novo impulso à iniciativa para eliminar mais de 30 doenças transmissíveis após o impacto negativo da pandemia

Crianças alegres correm

Washington, DC, 26 de setembro de 2023 (OPAS) - A Iniciativa de Eliminação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que busca acabar com mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas na América Latina e no Caribe, recebeu um novo impulso hoje em uma sessão paralela ao 60º Conselho Diretor da instituição regional de saúde pública.

"À medida que avançamos na recuperação da pandemia, chega a hora de dar à Iniciativa de Eliminação um impulso renovado, mais forte e mais maduro para atingir a meta sobre doenças transmissíveis que começou no momento da criação da Organização, há 120 anos", disse Jarbas Barbosa, diretor da OPAS.

Após um esforço global, a varíola foi erradicada em 1980 e, 14 anos depois, a poliomielite foi eliminada das Américas. Desde então, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita, o sarampo e o tétano neonatal também foram eliminados, e houve progresso em relação a outras doenças. Em 2023, 19 países da região estavam livres da malária, oito haviam eliminado a transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis e apenas um foco de oncocercose permanece na bacia amazônica.

Câncer do colo do útero, doença de Chagas, cólera, hepatite B e C, HIV/AIDS, raiva humana transmitida por cães, hanseníase, malária, oncocercose, tracoma e tuberculose estão entre as doenças a serem eliminadas até 2030 como parte da Iniciativa de Eliminação e do compromisso assumido pelos países da região em 2019 na OPAS.

Para Jarbas Barbosa, as lições aprendidas com a pandemia da COVID-19, bem como com as experiências anteriores de eliminação, oferecem uma oportunidade para os países alavancarem a iniciativa e acelerarem o ritmo. Outras oportunidades incluem o arsenal de vacinas, diagnósticos, medicamentos e outras tecnologias disponíveis por meio da OPAS, bem como o impulso para a saúde digital e uma compreensão mais profunda das desigualdades em saúde e do envolvimento da comunidade.

A Iniciativa de Eliminação tem como objetivo interromper a transmissão de doenças endêmicas, acabar com a morbidade e a mortalidade e prevenir deficiências. 

Para isso, propõe estratégias como a integração de programas e o fortalecimento do primeiro nível de atendimento, o fortalecimento dos sistemas de vigilância e informação em saúde, a abordagem dos determinantes ambientais e sociais com foco nas desigualdades e nas populações vulneráveis e o fortalecimento da liderança dos ministérios da saúde.

Durante a sessão, o ministro da Saúde de Antígua e Barbuda, Molwyn Joseph, apresentou os esforços de seu país para avançar rumo à eliminação do câncer do colo do útero. A diretora do Programa Nacional de Tuberculose do Brasil, Fernanda Dockhorn, apresentou os esforços renovados de seu país para acabar com as doenças infecciosas, com foco nos determinantes sociais; e a ministra da Saúde do Uruguai, Karina Rando, compartilhou a experiência de registros digitais e ferramentas de geolocalização para alcançar os não vacinados.

Philippe Duneton, diretor Executivo da UNITAID, apresentou inovações em saúde que podem contribuir para a eliminação de doenças como o HIV, a tuberculose e a malária. Magdalena Robert, diretora Adjunta de Defesa de Programas e Comunicações, Poliomielite e Distribuição de Vacinas, da Fundação Bill & Melinda Gates, destacou o apoio da sua organização à região para garantir que as meninas de países de baixa renda também tenham acesso à vacina para prevenir o câncer do colo do útero.

Durante o encerramento da sessão, o diretor da OPAS presenteou o ministro da Saúde e Bem-Estar de Belize, Kevin Bernard, com o certificado da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reconhece o país centro-americano como livre da malária, o mais recente da região a atingir essa meta. Belize registrou seu último caso autóctone de malária em 2018 e foi certificado como livre de malária em maio de 2023.

"Este é o resultado de uma longa e árdua batalha que se estende por sete décadas", disse o ministro Bernard. "Nada disso teria sido possível sem o apoio contínuo das organizações comunitárias e a dedicação de nossos profissionais de saúde, que são a pedra angular desse sucesso", acrescentou.