![Arlene (left) takes every opportunity to include her mother in her walks along the beach. Living in the fishing village of Belle Garden, Tobago, they take full advantage of the location to relax and exercise. Arlene (à esquerda) aproveita todas as oportunidades para incluir sua mãe em suas caminhadas pela praia.](/sites/default/files/styles/max_1500x1500/public/2024-03/beach-walk-trinidad-and-tobagotmb-1200v.jpg?itok=mb25M2_j)
Genebra, 1º de março de 2024 - Um novo estudo divulgado pela Lancet, com dados de 2022, mostra que mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo. A obesidade entre adultos mais do que dobrou desde 1990 e quadruplicou entre crianças e adolescentes (5 a 19 anos de idade). Os dados também mostram que 43% dos adultos estavam acima do peso em 2022.
O estudo também mostra que, embora as taxas de subnutrição tenham caído, ela ainda é um desafio de saúde pública em muitos lugares, principalmente no Sudeste Asiático e na África Subsaariana.
Os países com as maiores taxas combinadas de baixo peso e obesidade em 2022 foram as nações insulares do Pacífico e do Caribe e as do Oriente Médio e Norte da África.
A desnutrição, em todas as suas formas, inclui a subnutrição (emagrecimento extremo, atraso no crescimento, baixo peso), vitaminas ou minerais inadequados, sobrepeso e obesidade. A subnutrição é responsável por metade das mortes de crianças menores de 5 anos e a obesidade pode causar doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.
A OMS contribuiu para a coleta e análise de dados deste estudo. O conjunto completo de dados agora também está sendo divulgado pelo Global Health Observatory.
"Esse novo estudo destaca a importância da prevenção e do controle da obesidade desde o início da vida até a idade adulta, por meio de dieta, atividade física e cuidados adequados, conforme necessário", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Voltar ao caminho certo para atingir as metas globais de redução da obesidade exigirá o trabalho de governos e comunidades, apoiado por políticas baseadas em evidências da OMS e das agências nacionais de saúde pública. É importante ressaltar que isso exige a cooperação do setor privado, que deve ser responsável pelos impactos de seus produtos sobre a saúde".
A obesidade é uma doença crônica complexa. As causas são bem compreendidas, assim como as intervenções necessárias para conter a crise, que são respaldadas por fortes evidências. No entanto, elas não são implementadas. Na Assembleia Mundial da Saúde, em 2022, os Estados-Membros adotaram o Plano de Aceleração da OMS para acabar com a obesidade, que apoia ações em nível nacional até 2030. Até o momento, 31 governos estão liderando o caminho para conter a epidemia de obesidade por meio da implementação do plano.
As principais intervenções são:
- ações para apoiar práticas saudáveis desde o primeiro dia, incluindo a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento materno;
- regulamentações sobre o marketing prejudicial de alimentos e bebidas para crianças;
- políticas de alimentação e nutrição nas escolas, incluindo iniciativas para regulamentar a venda de produtos ricos em gorduras, açúcares e sal nas proximidades das escolas;
- políticas fiscais e de preços para promover dietas saudáveis;
- políticas de rotulagem nutricional;
- campanhas de educação pública e conscientização sobre dietas saudáveis e exercícios;
- padrões de atividade física nas escolas; e
- integração de serviços de prevenção e controle da obesidade na atenção primária à saúde.
"Há desafios significativos na implementação de políticas destinadas a garantir a acessibilidade a dietas saudáveis para todos e a criação de ambientes que promovam a atividade física e estilos de vida saudáveis em geral", afirmou Francesco Branca, diretor do departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS e um dos coautores do estudo. "Os países também devem garantir que os sistemas de saúde integrem a prevenção e o controle da obesidade ao pacote básico de serviços".
O combate à subnutrição requer ações multissetoriais na agricultura, na proteção social e na saúde, para reduzir a insegurança alimentar, melhorar o acesso à água potável e ao saneamento e garantir o acesso universal a intervenções nutricionais essenciais.